segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O tesouro enterrado dos piratas do futebol paranaense

Quase inacreditável a notícia publicada pela Gazeta do Povo desta segunda-feira:
Polícia descobre dinheiro enterrado no pátio da FPF
O Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) encontrou, na sexta-feira, uma lata contendo R$ 92 mil. Ela estava enterrada no pátio da Federação Paranaense de Futebol (FPF) e sua localização exata foi conhecida após uma denúncia. De acordo com o delegado chefe do Nurce, Sérgio Sirino, há suspeita de que exista mais dinheiro escondido, fruto de desvio da antiga gestão da entidade.
Hoje, o Secretário Estadual de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, irá conceder uma entrevista coletiva para esclarecer o caso. Nela, também deverá mostrar novas provas conseguidas pela polícia na operação “Cartão Vermelho”, que levou à prisão preventiva de Onaireves Moura e mais oito dirigentes da FPF, acusados de formação de quadrilha, estelionato e apropriação indébita de dinheiro.
No domingo, em entrevista à Rádio Transamérica, Sirino afirmou que Aluízio Ferreira, ex-presidente da entidade, que assumiu no lugar de Onaireves Moura, também está sendo investigado. No caso dele, contudo, por ter mantido a prática de recolher 5% das rendas para a Comissão Fiscalizadora de Arrecadação (Confiar), uma forma de lesar os credores da Federação, que têm penhora sobre esses valores. Atualmente, Ferreira também está afastado da entidade.
O presidente é Hélio Cury, que obteve na Justiça um mandado para assumir a FPF após comprovar que, de acordo com a Lei Pelé, Moura não poderia ter disputado a última eleição, em 2004. Cury não foi encontrado pela reportagem para comentar o encontro de dinheiro enterrado no pátio da FPF.

Justiça troca toda a diretoria da FPF

Poucos meses após o afastamento de Onaireves Moura e de Aluízio Ferreira ter assumido a presidência da Federação Paranaense de Futebol, a Justiça determinou na semana passada o afastamento de todos os seus dirigentes. E, por incrível que pareça, decisão nada tem a ver com a investigação sobre desvios de recursos na entidade: trata-se de um outro rolo, desta vez eleitoral.
De acordo com a decisão, Hélio Cury, de 57 anos, é o novo presidente da FPF. Depois de quase quatro anos, a Justiça acatou o pedido do adversário político de Onaireves Moura e destituiu a atual diretoria da entidade.
O empresário (tem uma loja de material esportivos) tentava assumir a instituição desde meados de 2004, quando foi derrotada pela chapa de Moura por 77 votos a 8. A eleição vinha sendo contestada por ele antes mesmo de ser realizada. O processo que resultou no mandato judicial de ontem data de três dias antes do pleito, realizado em 30 de abril daquele ano.
Na época, Cury alegou que seu adversário não poderia se candidatar à reeleição, pois contrariava a Lei Pelé em seu artigo 23. Nele, está prevista a inelegibilidade de dirigentes condenados em sentença definitiva por crime doloso e que estejam inadimplentes com a contribuição previdenciária, entre outros.
Moura se encaixava nos dois casos, mas demorou para que a Justiça reconhecesse isso. No começo do ano passado, o caso chegou a ser julgado, mas o juiz encarregado da questão entendeu que, como a eleição já havia sido realizada, não haveria mais nada a se fazer. Um recurso no Tribunal de Justiça, contudo, fez o processo retornar à estaca zero e cair na 9.ª Vara Cível de Curitiba, a cargo da juíza Denise Antunes.
Na noite de terça-feira, ela definiu que Cury assumisse.Para Moura e o antigo Conselho Fiscal da FPF, a decisão chegou tarde. Todos já estão detidos preventivamente, acusados de fraude, formação de quadrilha, estelionato e apropriação indébita de dinheiro. Foram presos na operação “Cartão Vermelho”, da Polícia Cívil. Mas sobraram os sete vices do cartola, entre eles o então presidente em exercício, Aluízio Ferreira, que continuavam tocando a entidade.Todos foram pegos de surpresa, inclusive Cury. “Não tive tempo nem de avisar a minha diretoria”, disse. O novo presidente terá cinco meses até a próxima eleição – da qual já antecipa a candidato –, mas não deve fazer mudanças drásticas. “Nem seria coerente da minha parte. Primeiro, faremos uma auditoria jurídica para saber em que pé está isto aqui”.
Já Aluízio acabara de sair de um depoimento na Polícia Civil e quando chegou à FPF deu de cara com o oficial de Justiça.“Vou ajudar o Cury no que for preciso para a entidade continuar funcionando, mas vou buscar os meu direitos”, afirmou. Até amanhã, ele deverá entrar com recurso no Tribunal de Justiça.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Novo pente-fino na sede da Federação

Informações da Gazeta do Povo Online:

Polícia apreende documentos e carros da FPF

Policiais do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), da Polícia Civil do Paraná, apreenderam documentos, veículos e equipamentos da Federação Paranaense de Futebol (FPF). A ação ocorreu na manhã desta sexta-feira (9) como parte da operação batizada de "Cartão Vermelho" e que resultou na prisão do ex-presidente da FPF, Onaireves Moura, e de outras oito pessoas no início da semana.

Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), o grupo preso é suspeito de utilizar a FPF para cometer crimes de desvios de dinheiro, fraude processual e à execução, estelionato e apropriação indébita. Moura, segundo a Sesp, é apontado como o mentor da quadrilha. Segundo a polícia, também há indícios de manipulação de resultados no campeonato paranaense de futebol.

A ação policial aconteceu em conseqüência de depoimentos de dirigentes dados na terça-feira (6). Além de apreender quatro caixas com documentos, dois veículos e um notebook, os policiais também lacraram a sede da Comissão Fiscalizadora de Arrecadação (Comfiar), que é acusada de servir de instrumento para o desvio de recursos da Federação. "Agora vamos confrontar as informações", disse o delegado Alexandre Bonzatto, do Nurce.

Nesta sexta-feira no final da manhã o ex-presidente Moura, que continua detido, começou a ser ouvido pela polícia. O depoimento, segundo o delegado, deve durar a tarde toda.

Intervenção na FPF é questão de tempo

Gazeta do Povo desta sexta:

Justiça deve decretar a intervenção da entidade

por CARLOS EDUARDO VICELLI

Há um forte indício de que a Justiça deve decretar uma intervenção e nomear uma nova diretoria na Federação Paranaense de Futebol (FPF). Conforme a Gazeta do Povo apurou, são grandes as chances de o atual presidente, Aluízio José Ferreira, ser retirado do cargo por determinação judicial.

O Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), órgão vinculado à Polícia Civil, estaria à frente das investigações. A ação faz parte da “Operação Cartão Vermelho”, que já resultou na prisão do ex-presidente da FPF, Onaireves Moura, e de outras oito pessoas ligadas à entidade, todas suspeitas de desviar dinheiro da instituição. O delegado responsável pelo caso, Sérgio Sirino, também confirmou a possibilidade de intervenção.

São duas as dúvidas que pairam sobre a administração do ex-vereador de Ponta Grossa. Ferreira compôs, como um dos vice-presidentes, a chapa que ajudou a reeleger Onaireves Moura, em abril de 2004. O dirigente subiu na hierarquia da Federação após a suspensão de Moura aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), em junho deste ano. O mandato-tampão termina em abril de 2008. E o cartola afirma que “nunca soube de nada” sobre as ilegalidades na instituição.

Outra questão diz respeito à Comissão Fiscalizadora de Arrecadação (Comfiar), empresa criada por Moura – com a anuência da maioria dos clubes do estado – para driblar as penhoras judiciais nas contas da FPF. O grupo usava supostamente o órgão para desviar dinheiro da organizadora do futebol paranaense.

O esquema continuou funcionando mesmo após a mudança na presidência da entidade. Durante a disputa da Copa Paraná, competição que ainda está em andamento e dá uma vaga na Série C do ano que vem e na Copa do Brasil de 2009, os times continuaram repassando 5% da renda bruta à Comfiar.

“O arbitral do campeonato definiu que seria desta maneira. Mas como a empresa está sob investigação, eu já determinei que mude. Demiti na última semana o último funcionário da Comfiar. Na verdade, ela foi praticamente extinta”, explica Ferreira.

Com o fechamento do braço comercial da FPF, toda a arrecadação proveniente na participação da renda dos jogos no estado, vai para a conta da entidade. Mais de 90% da verba, contudo, é retida pela Justiça, que a repassa aos credores da Federação Paranaense.

“O que sobra é tão pouco que só dá para honrar a folha de pagamento e outras despesas administrativas”, afirma Vinícius Gasparini, assessor jurídico e administrativo da FPF.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Desvio na FPF chega a R$ 5 mi. Dinheiro seria lavado em escolinha e igreja

Matérias da Tribuna do Paraná desta quarta mostram tudo sobre o escândalo de corrupção na Federação Paranaense de Futebol:
Onaireves Moura é preso acusado de desviar R$ 5 milhões na FPF
O ex-presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Onaireves Nilo Rolim de Moura, 60 anos, foi preso e mais oito pessoas foram detidas na manhã de ontem pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), da Polícia Civil, na Operação Cartão Vermelho. Segundo a investigação, Moura seria o mentor da quadrilha que há alguns anos desvia dinheiro da FPF, através de empresas “laranja”, para contas particulares. Laércio Polanski, 47, superintendente da entidade, tentou escapar da polícia fugindo pelo telhado de sua casa. Ele caiu e teve que ser encaminhado ao Hospital Cajuru.
As investigações começaram em junho e, durante esse período, foi constatado desvio de aproximadamente R$ 5 milhões da FPF através da Comissão Fiscalizadora de Arrecadação (Comfiar), do Feirão de Automóveis -realizado semanalmente no estacionamento do Estádio Pinheirão - como também do Colégio Técnico de Futebol do Pinheirão. “Como a FPF está com todo o recolhimento penhorado pela Justiça, exclusivamente para o pagamento de ações trabalhistas e contas fiscais, a quadrilha desviava antes mesmo de o valor ser contabilizado”, explicou o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari.
Mandados
A polícia cumpriu os mandados de prisão temporária na sede da FPF e nas residências dos detidos. Documentos foram apreendidos em São Paulo, no escritório de contabilidade da MPT3 e também na sede do Galo Adap, em Maringá.
Segundo o delegado Robson Barreto, além das empresas utilizadas para “lavar” o dinheiro desviado da FPF, Moura havia fundado a igreja Rede de Deus. “Ela já estava em funcionamento em Santa Catarina e já tinha até um esquema de dízimos, com sócios ouro, prata e bronze”, contou o delegado.
Segundo ele, todos os detidos foram encaminhados para Piraquara e serão ouvidos amanhã. “Esperamos que, no máximo em cinco dias, todo o processo de interrogatório e aquisição de documentos esteja completo”, finalizou o delegado.
Superintendente despenca
O superintendente da FPF, José Laércio Polanski, 47 anos, recentemente foi denunciado pelo artigo 234 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva e suspenso por 210 dias, no caso Batista. Esse artigo se refere à falsificação, total ou parcial, de documento público ou particular, ou omitir declaração, perante a Justiça Desportiva.
Na manhã de ontem, antes que pudesse ser detido pelos policiais do Nurce, na Operação Cartão Vermelho, tentou fugir pelo telhado de sua casa e caiu.
Ele foi socorrido e levado ao Hospital Cajuru com ferimentos na costela, mas passa bem. Assim que for liberado pelos médicos deverá se juntar aos outros detidos no Centro de Triagem, em Piraquara.
Igreja era rede de arrecadação
Moura criou uma igreja, supostamente com sede em Camboriú (SC), chamada Rede de Deus. Através dela faria lavagem de dinheiro da bilheteria do Campeonato Paranaense e Brasileiro, segundo a polícia. “Temos a informação que Moura era o controlador e tinha como comparsas nessa empreitada César Alberto Teixeira de Oliveira, 43, ex-fiscal da Comfiar, e José Johelson Pissaia, 59, diretor administrativo da FPF e homem de confiança de Moura”, explicou o delegado Robson Barreto.
A igreja deveria estar localizada nos municípios de Balneário Camboriú ou Camboriú. Só que ninguém na cidade conhece ou ouviu falar da tal igreja. Porém, a empresa Matéria Virtual, que cria sites, foi a responsável pelo da igreja Rede de Deus. Um dos responsáveis pela empresa, que não quis se identificar, relatou à reportagem que a igreja não seria localizada nunca.
A entidade não existia fisicamente, e sim apenas no “plano virtual”, através da internet. “Eles deveriam depositar entrada de R$ 1.500, mais o pagamento mensal de R$ 600. Foi feito apenas o pagamento mensal. Como eles não deram a entrada combinada, resolvemos retirar a página do ar”, relatou.
Página
Gentilmente, a empresa colocou a página no ar por alguns minutos, para que fosse analisada pela reportagem. Vídeos, orações, mensagens bíblicas serviam apenas para mascarar o real objetivo de arrecadação da igreja. Havia dois jeitos de doar dinheiro: pelo provedor UOL, onde poderia ser feito depósito por cartão de crédito; ou direto em conta corrente. “A página não ficou mais que uma semana no ar”, disse um dos funcionários da Matéria Virtual.
Arrecadação de jogos e “negócios” faziam o caixa do grupo
A Operação Cartão Vermelho, além de desmatelar a quadrilha comandada por Moura, identificou diferentes formas que o bando usava para desviar dinheiro da FPF. Segundo o delegado Barreto, a investigação começou em junho, na Comissão Fiscalizadora de Arrecadação (Comfiar). Segundo ele, a empresa foi criada exclusivamente com a intenção de desviar dinheiro da FPF. “A Comfiar recebeu as arrecadações do Campeonato Paranaense de Futebol 2006/2007, do Campeonato Brasileiro de Futebol e da Copa do Brasil 2007, além de outros pagamentos que deveriam ir para os cofres da federação”, explicou Barreto.
Ele disse ainda que, do valor arrecadado nos campeonatos, 10% (no caso dos estaduais) e 5% (no caso do campeonato brasileiro) são destinados à federação. No entanto, a quadrilha fazia a partilha deixando apenas 5% para a entidade e a outra metade para a Comfiar e em seguida dividia o valor entre seus integrantes.
A FPFTV também foi usada pela quadrilha como forma de desviar dinheiro. Segundo a investigação, a entidade recebeu de uma emissora de televisão R$ 350 mil pelos direitos de transmissão do campeonato paranaense de 2007. O delegado disse que esse valor deveria ser depositado para a FPF e que teria uma parte repassada para os clubes de futebol, mas foi aplicada na criação da FPFTV (com veiculação pela internet) e teria sido depositado também na conta da Comfiar. Os clubes, que também deveriam ser beneficiados com o dinheiro, foram lesados.
Feirão
Pelo arrendamento do estacionamento do Pinheirão, o empresário Roberto Tiboni, 54, havia fechado um contrato de 2001 a 2006, de R$ 100 mil por ano. Em 2006, o contrato foi renovado e o valor teria aumentado para R$ 130 mil por ano, mais 50% da arrecadação do feirão.
O delegado informou que, aos sábado, mais de 600 veículos participavam do feirão. E todo o dinheiro, de alguma forma, passava pela Comfiar.
Fundo mais que perdido
Entre outras maracutaias, o Fundo de Assistência ao Atleta Profissional (FAAP) também se tornou vítima das irregularidades de Moura. O AAP, pela Lei 9.615/98, tem direito a 1% das arrecadações de competições nacionais, contudo, desde 1994, a FPF não teria repassado recursos à entidade. No Paraná, quem deveria ter recebido seria o sindicato dos jogadores. De acordo com o inquérito, teriam sido apropriados indevidamente R$ 1.182.676,71.
Em maio, o procurador do FAAP apresentou denúncia junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que decidiu multar a FPF em R$ 1 mil e passar a recolher os valores descontados dos borderôs para o FAAP e suspender o presidente da FPF por 3 anos.
Onaireves Moura tem uma extensa ficha policial
O ex-presidente da FPF foi preso, ontem, com mais oito pessoas por lavagem de dinheiro.
Uma personalidade polêmica, que está envolvida em várias histórias estranhas, mas com uma impressionante capacidade de recuperação. Podia-se resumir assim Onaireves Nilo Rolim de Moura, preso novamente e desta vez pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos - Nurce, órgão da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná. A denominação da Operação Cartão Vermelho não poderia ser mais apropriada para o ex-chefão da Federação Paranaense de Futebol - FPF. Além dele, outros cinco diretores da entidade e mais três pessoas ligadas ao presidente também foram detidas por desvio de dinheiro e outras irregularidades. Confira os nomes e funções dos demais integrantes que serão investigados nas páginas 6, 7 e 32.
Moura já havia sido preso em outras duas oportunidades, a última em março de 2006 pela Polícia Federal, por falsidade ideológica, sonegação fiscal e formação de quadrilha. O dirigente ficou dois meses na cadeia. A primeira vez que o cartola foi detido foi em 2000, quando ficou um mês na Colônia Penal Agrícola por não recolher tributos ao INSS (das rendas dos jogos) por um ano e meio. Em maio deste ano, Moura foi suspenso e afastado por três anos da direção da FPF, pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva - STJD. Desta vez a bronca eram fraudes nos borderôs de jogos e o não-repasse de recursos à Associação dos Atletas Profissionais, entre outras irregularidades. A “expulsão” de Moura da entidade que dirigiu durante 22 anos - o presidente com mais tempo de mandato na Federação Paranaense, e um dos maiores ‘reinados’ da história do futebol brasileiro - foi coroada ontem, desta vez com a designação de chefe de quadrilha.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Onaireves é preso novamente

Saiu agora na Gazeta do Povo On-Line:
Onaireves Moura e mais oito pessoas são presas pelo Nurce em Curitiba
A ação foi comandada pelo Núcleo de Repressão contra Crimes Econômicos. As prisões serão esclarecidas ainda nesta manhã
O ex-presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Onaireves Moura, e mais oito pessoas foram presas na manhã desta terça-feira (6) em Curitiba, em uma operação do Núcleo de Repressão contra Crimes Econômicos (Nurce). Por enquanto, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou apenas que os envolvidos cometeram uma série de crimes. As pessoas detidas serão apresentadas ainda pela manhã.
Os detalhes sobre as prisões serão informados em uma entrevista coletiva a ser concedida pelo delegado do 1º Distrito Policial, no Centro. AfastamentoMoura foi suspenso por seis anos das funções administrativas da FPF, em junho deste ano, pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Ele esteve à frente da Federação nos últimos 22 anos. Moura foi indiciado por infringir principalmente o artigo 238 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva – “receber ou solicitar, para si ou para outrem, vantagem indevida em razão de cargo ou função”.
O caso aponta que borderôs de jogos do Campeonato Paranaense haviam sido adulterados e parte dos 5% das rendas – que são destinados à FPF – seria desviada através da Comissão Fiscalizadora de Arrecadação (Comfiar). Neste caso, também foram denunciados e punidos os dirigentes da federação Cirus Itiberê da Cunha (presidente da empresa Comfiar), Marco Aurélio Rodrigues e Laércio Polanski (fiscais efetivos da Comfiar) e Carlos Roberto de Oliveira, presidente do Conselho Fiscal da Federação.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

LA, do esquema de propinas, é sócia de Nello Morlotti

Relações perigosas: LA Sports e Nello Morlotti são sócios

O site Futebolpr, apesar de inexpressivo, é um velho conhecido da torcida atleticana. Sempre que possível, procura veicula matérias inverídicas e difamatórias sobre o Furacão e sua torcida. Chegou a levantar uma campanha despudorada para tentar derrubar a candidatura da Arena como sede da Copa de 2014.

Pois bem, o que se sabia até agora é que o site pertence a Nello Morlotti (FOTO), o popular “Nullo”, aquele paranista que se fantasia de palhaço num programa de TV, que se passa por relações públicas da Federação Paranaense de Futebol e que conseguiu “bicos” na Paraná Esportes e como assessor parlamentar de um vereador de Curitiba.

Mas a história não termina aí. O site
http://www.registro.br/ mostra que a empresa proprietária do site Futebolpr tem endereço na Av. Sete de Setembro, 4214, sl 303. Pois bem, este é O MESMO ENDEREÇO da LA SPORTS, empresa destinada à administração de carreiras de jogadores e que se envolveu recentemente num escândalo de pagamento de propinas a diretores do Paraná Clube. O telefone das duas empresas também é o mesmo.

Ou seja, das duas, uma: Nello (ops, Nullo) e LA Sports são sócios, ou a LA “banca” o site do Nullo, que seria um “pau-mandado” dos empresários. Sim, o tal do Nello (ops, Nullo), aquele que se diz tão paranista, está envolvido até o pescoço com o escândalo que acabou de botar uma pá de cal no tricolor das vilas.

Curiosamente, pouco antes de estourar o escândalo das propinas pagas pela L.A.Sports ao “professor” Miranda, presidente do Paraná, um dos diretores da empresa foi entrevistado justamente pelo site Futebolpr e, vejam como o mundo dá voltas, posou de arauto do moralismo no futebol e atacou o envolvimento entre dirigentes de clubes e empresários. “Evidentemente que todos os escândalos, e todas as situações que não são colocadas de forma séria, quando vêm a público servem para que as empresas tomem mais cuidado para evitar de produzir ações ilícitas, ações ilegais”, respondeu, quando questionado sobre o caso Corinthians-MSI. “Eu parto da seguinte premissa: ainda não está no ponto que nós gostaríamos, mas esta existindo um afunilamento para que as empresas sérias e que trabalham dentro da ética com os clubes tendam a se estabelecer”, disse, quando questionado sobre as relações entre empresários e clubes.

Esta entrevista foi publicada em 18 de setembro. Um mês depois, a Gazeta do Povo revelou que a LA pagava propinas, em cheques nominais, ao presidente do Paraná Clube. Agora, Nello (ops, Nullo) quer se eleger vereador – muito provavelmente com a candidatura patrocinada com o dinheiro da LA. Vergonha, vergonha, vergonha... principalmente para o PCdoB, um partido até então considerado tão sério, e que agora acolhe gente deste naipe em suas fileiras.
Até agora, apenas o professor Miranda sujou-se com a descoberta do esquema de corrupção. Mas ele já afirmou ter sido subornado. E o corruptor é tão (ou mais) culpado do que o corrompido. Muita sujeira ainda vai sair debaixo deste tapete.


LA Sports pagava propina a Miranda

Esse escândalo estourou na semana passada, pouco antes da minha volta. Mas precisa ficar registrado aqui. Veio à tona em reportagem da Gazeta do Povo:
Empresários deram dinheiro a Miranda
Pagamento era para cobrir contas "não catalogadas" no clube
por MARCIO REINECKEN
O presidente afastado do Paraná, José Carlos de Miranda, admitiu ontem, à Gazeta do Povo, que recebeu dinheiro de empresários para realizar negócios “não catalogados” no clube. Esse dinheiro não passava pelo caixa paranista, indo parar direto na conta bancária particular do dirigente. A verba teria sido utilizada em gastos com sua campanha de reeleição, para pagar bicho aos jogadores e até “gorjetas que não podem ser contabilizadas”.
“Há uma série de contas que você paga e não tem como comprovar em um clube como o Paraná”, disse o dirigente.A reportagem teve acesso a documentos e vídeos que estariam sendo utilizados para comprovar que Miranda teria utilizado o clube em benefício próprio. Um cheque nominal, no valor de cerca de R$ 16 mil, microfilmado por empresários que fizeram negócios com o time da Vila, mais dois comprovantes de depósitos na conta do dirigente, no valor de R$ 15 mil e R$ 5 mil, respectivamente.
A reportagem também assistiu a dois vídeos. Em um deles, Miranda recebe um cheque dos mesmos empresários – que pediram sigilo pelas informações. No segundo, apenas uma conversa entre as partes. Nos dois casos, contudo, o som estava inaudível. “Os empresários (que deram os cheques) são da L. A. Sports. Eram parceiros. Todas as contas (de transações) passavam pelo financeiro do clube. Esse é um negócio que eu tinha, com essas ajudas e outras coisas aí de bichos que prometiam, etc. Coisa particular minha. Vou me defender na Justiça, não tem nada a ver com o clube”, afirma Miranda, que se diz vítima de chantagem.
O dirigente disse ontem, em entrevista à rádio Banda B, estar no meio de um fogo cruzado entre empresários. Se referia a Léo Rabelo e LA Sports, que brigam para definir o destino do meia Thiago Neves, atualmente no Fluminense, mas com pré-contrato assinado com o Palmeiras e vínculo com o Paraná.Teria sido por tomar conhecimento desta documentação que dirigentes do Tricolor pediram o afastamento de Miranda. A versão não é confirmada por ambas as partes. O dirigente diz que se afastou por problemas médicos. O Conselho afirma que desconhece as provas. O presidente em exercício, Aurival Correia, também.
O depósito de dinheiro na conta de dirigentes não é o caminho natural de receitas oficiais no Tricolor. O Paraná recebe sempre em cheque administrativo nominal ao clube, para evitar que dinheiro depositado nas contas bancárias da associação seja confiscado pela Justiça, para pagamento de dívidas trabalhistas.“Ele (o dinheiro) fica guardado no nosso cofre e vamos gastando de acordo com a necessidade”, afirma Correia.
Antes de ser levado ao topo do organograma do clube, Aurival era vice de finanças. Questionado se seria normal Miranda utilizar a conta pessoal para alguma transação oficial, respondeu: “Aí não”.

De volta à ativa

Olá amigos! Peço desculpas por ter ficado tanto tempo sem atualizar nosso blog. Eu estava numa viagem ao exterior para fazer um curso de especialização. Mas já estou de volta ao pedaço!
E, quando cheguei, quase caí de susto ao ler as notícias do período. Quanta novidade. E o professor Miranda, hein? Queria ser presidente da FPF. Que decepção!
Bom, vamos em frente.
O JOGA LIMPO está de volta!

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Joel Malucelli quer consenso para assumir FPF

Em entrevista a uma rádio de Curitiba, o empresário e presidente do J. Malucelli, Joel Malucelli, admite a intenção de presidir a FPF, pede apoio de todos os clubes e até do afastado Onaireves Moura, diz que a indicação da Arena da Baixada para sediar a Copa de 2014 foi acertada e detona o projeto de Giovani Gionédis de levar o Coritiba para um "novo" Pinheirão. Confira a matéria publicada na Tribuna do Paraná desta segunda-feira:

Malucelli quer apoio de Moura pra concorrer à presidência da FPF
Joel Malucelli abriu o jogo. O empresário admitiu a intenção de presidir a Federação Paranaense de Futebol (FPF), mas frustou quem espera uma nova mentalidade na administração do esporte no Estado. Joel quer o apoio do ex-presidente Onaireves Moura, afastado pela Justiça Desportiva, e diz ser indispensável a participação da atual diretoria em um novo mandato.
Em entrevista à Rádio Paraná, após o jogo entre J. Malucelli e Rio Branco, na tarde de ontem, Joel avisou: é candidato a assumir a entidade a partir de abril de 2008, mas não quer bate-chapa. Só aceita ser conduzido ao cargo por um consenso entre os filiados. “Não é meu projeto de vida presidir a FPF, mas se me chamarem, vou ajudar. Se todos se unirem, estarei lá. Mas se for para fazer um futebol rachado, estou fora”, afirmou.
A união pretendida por Joel inclui Onaireves Moura, controvertido cartola que dirigiu a FPF por 22 anos e foi recentemente suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Moura pegou um gancho de 6 anos, por sonegação fiscal e desvio de verbal, e cedeu seu lugar ao vice Aluízio Ferreira, que vai conduzir a entidade até o fim do atual mandato. “Penso em ter o apoio do Moura, sim. Queira ou não, ele fez uma administração boa. Acho que é indispensável que ele e todos que dirigem a FPF, atualmente, estejam juntos para participar”, admitiu Joel.
O empresário também defendeu a manutenção da atual estrutura política da entidade, que iguala clubes profissionais e amadores. “Pobres e ricos têm de ter o mesmo peso. O esporte é o mesmo”, justifica.
As ligas amadoras são apontadas pelos críticos de Moura como seus “currais eleitorais”. Dirigentes de clubes denunciam, inclusive, a existência de ligas “fantasmas”, criadas apenas para dar sustentação eleitoral ao antigo dirigente.
Copa na Baixada
Ex-presidente do Coritiba, Joel criticou os planos do atual mandatário alviverde. Giovani Gionédis quer construir um novo estádio para o Coxa, no local onde hoje está o Pinheirão, principal patrimônio da FPF. “Eu não sei o que faria com o Pinheirão, mas acho que o que o Coritiba está querendo não é justo. O clube já tem seu estádio e essa história de fazer um mais moderno é balela. Ninguém vai investir em um projeto caro. Nossa economia não permite isso”, acredita.
Joel também elogiou a indicação da Arena da Baixada como palco da Copa do Mundo de 2014, considerada por ele a melhor alternativa para que Curitiba seja confirmada como uma das sedes. “O estádio do Atlético é sem dúvida o mais habilitado. Temos que admitir isso e trabalhar juntos para trazer a Copa para cá”, concluiu.
* * *
Joel Malucelli é um dos poucos nomes em condições de assumir e moralizar a FPF. E está certo em pedir consenso entre os clubes em torno de um nome único. Só erra ao querer Moura ao seu lado. É melhor deixar Onaireves de fora se quiser ter o apoio pretendido.

terça-feira, 10 de julho de 2007

O "Itamar Franco" paranaense

Esta saiu na Gazeta do Povo de hoje:

Presidente-tampão tem cargo oficializado

Aluísio Ferreira está mantido no cargo de presidente da Federação Paranaense de Futebol. O “Itamar Franco” do futebol do estado teve o mandato tampão oficializado ontem, após uma reunião com a diretoria da FPF – ainda ligada à gestão Onaireves Moura.

Ferreira foi escolhido pelos demais vice-presidentes (Adroaldo Araújo, Aristides Mossambani, Jorge Dib Sobrinho e Lino Rodrigues) para ficar no poder até abril de 2008, quando venceria mais um mandato de Moura, que comandou a Federação por 22 anos. “Quero agradecer aos companheiros pela confiança”, disse o mandatário-tampão, prometendo logo de cara informatizar a entidade: “Temos de modernizar. Os problemas do Moura começaram ali (na falta de informatização), como por exemplo no caso do Rio Branco”.

Ele se referiu à eliminação do Leão na Copa do Brasil em função de uma falha no departamento de registros da FPF. O novo presidente também prometeu sindicâncias para apurar erros nos departamentos.

A auditoria na FPF ficou em segundo plano. Ferreira disse que considera necessário apurar os desvios de conduta na entidade, mas por ora... “Estamos sem recursos financeiros”, admitiu, logo emendando: “Isso não pode deixar de ser feito, para que todos saibam o que acontece aqui dentro. Ele não quis falar em sucessão. Disse que a preocupação maior é sanear a Federação e reabrir o Pinheirão. E afirmou que quer romper os laços com Onaireves Moura. Ao menos em partes. “Administrativamente sim. Agora, pessoalmente, não. Não tenho como negar que sou amigo dele”, disse. O presidente confirmou que mantém contatos com Moura. “Eu tenho conversado com ele. É rotineiro, mas de acordo com a necessidade”, disse, explicando: “Por exemplo, o contrato do Estadual com a TV, os rombos financeiros...”.

A comparação com Itamar Franco tirou risadas de Aluísio Ferreira. Ele assume após denuncias de corrupção, como o ex-presidente, vice de Fernando Collor. Mas não havia pensado nas similaridades. “Eu não havia pensado assim ainda, até porque qualquer um dos vices podia assumir”, disse. E logo confessou: para quem tem como maior experiência, o comando da Liga Amadora de Ponta Grossa assumir a principal cadeira no futebol do Paraná foi um susto. “Essa ascensão foi surpresa. Como o Itamar, vice é vice. E o Jô Soares dizia: 'você já viu alguma rua com nome de vice?'”, questionou, na esperança de fazer história no comando da FPF.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Futebol paranaense de novo enrolado no tapetão

Saiu na Tribuna do Paraná de hoje:

Tapetão "rebaixa" Real e faz Foz entrar pra elite
Demorou, mas o tapetão voltou a mudar o destino da Divisão de Acesso paranaense. Acatando uma queixa antiga do Toledo, a 1.ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva puniu ontem o Real Brasil com a perda de seis pontos pela utilização irregular de um jogador. O grande beneficiado é o Auritânia Foz do Iguaçu, novo integrante da elite - pelo menos até o julgamento do recurso.
De acordo com a denúncia, o Real Brasil usou o jogador Rodrigo Guedes da Silva antes que o nome dele fosse publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF. A comissão disciplinar concordou e condenou o time do empresário Aurélio Almeida à perda de seis pontos no quadrangular final da Segundona, como determina o artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Com a punição, o Real cai da 2.ª para a 4.ª e última colocação na fase decisiva. Já o Foz sobe do 3.º para 2.º posto, garantindo um lugar na Série Ouro de 2008 e na atual edição da Copa Paraná. O Real ainda poderá recorrer da decisão no pleno do TJD-PR, e depois no STJD, no Rio de Janeiro.
O caso poderá prejudicar a continuidade da Copa Paraná, cuja segunda rodada termina neste final de semana. O Foz tentará entrar no torneio, enquanto o Real Brasil dependerá de um efeito suspensivo para continuar na disputa. Se o resultado do julgamento de ontem for mantido, a partida de estréia do Real (derrota de 1 a 0 para o Iraty) deverá ser desconsiderada. A Federação Paranaense de Futebol - FPF define hoje se cancela ou não jogo entre Real Brasil x Portuguesa Londrinense, marcado para domingo, em Ponta Grossa.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Falemos um pouco de Pan

Este blog foi criado para falar do futebol paranaense. Porém, já que estamos às vésperas dos Jogos Pan-Americanos, pedimos licença aos poucos - mas assíduos - leitores deste blog para abrir a discussão também sobre esta competição.
Por isso, publicamos aqui um artigo do jornalista Juca Kfouri publicado originalmente no Correio Caros Amigos. Leitura recomendadíssima:
Estamos às portas do Pan
por Juca Kfouri
Do Pan dos desatinos, do orçamento estourado quatro vezes.
Porque, segundo as autoridades, o Rio foi preparado para muito mais, para ser sede da Olimpíadas.Mesmo que não se tenha saneado a baía da Guanabara, a lagoa Rodrigo de Freitas, não se tenha ampliado o metrô nem o transporte de barcas, nada, embora tudo tenha sido prometido. A chance de o Rio ser sede de uma Olimpíada nos próximos 20 anos é zero.
Mas estamos às portas do Pan. Relaxe e goze, pois, como diria o..., como diria a... Afinal, o estupro foi mesmo inevitável. E a gente gostamos de esporte.
Ainda bem que teremos um maravilhoso torneio de futebol no Engenhão, com a Seleção Brasileira...sub-17.
Felizmente os norte-americanos vêm com seu quinto time de basquete, se tanto, e os argentinos, campeões olímpicos, com o terceiro, se tanto. Porque o nosso time de basquete também será o segundo, se tanto, já que nenhum dos nossos que jogam na NBA virão.
A vontade que dá é a de seguir no caminho da ironia. Mas não dá. Porque o que dá é raiva. Raiva da chance que o Brasil desperdiça ao não fazer do Pan uma oportunidade de inclusão social por meio do esporte. Raiva de ver essa cartolagem que nos assola nadar de braçada no dinheiro público e mentir sem pudor.
Houve até quem dissesse (o ministro do Esporte, Orlando Silva) que o planeta estará de olhos voltados para o Rio. Mas na Europa nem se sabe o que é o Pan. E nem mesmo em países como Estados Unidos ou Argentina, que dele participam, a competição desperta qualquer interesse. Quem dirá na Ásia, na África, na Oceania!
O Pan era para ser evento nosso, muito nosso, para estimular essa gente bronzeada a entender o valor da prática esportiva. Uma competição para cidades como Salvador, Recife, Belo Horizonte, Curitiba, Floripa, Porto Alegre, talvez, Brasília. Jamais para o Rio ou São Paulo.
Vamos viver dias, isto sim, de hipocrisia explícita. A TV aberta, sócia do Pan e, portanto, absolutamente acrítica em relação aos seus milhões de pecados, exaltará o ouro dos tolos e criará uma expectativa que tornará os Jogos Olímpicos de Pequim, no ano que vem, palco de grande frustração nacional. Porque os resultados que aqui acontecerão, com raras exceções, se houver, não significarão rigorosamente nada em relação às marcas mundiais.
O Pan, enfim, é um evento menor. Maior torna-se o escândalo do dinheiro nele investido. E as CPIs, tanto municipal, quanto estadual e federal, inevitáveis. Mas devolver o dinheiro do povo que é bom, nem pensar.
Estamos às portas do Pan.
Não é para amá-lo nem deixá-lo, que não somos disso. Mas deveremos cobrá-lo. Até o fim.

O fim da FPFTV

Matéria de hoje na Tribuna do Paraná:
FPFTV está fora do ar
Carlos Simon
Mergulhada em dívidas e com as fontes de renda prejudicadas, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) prepara-se para uma era de austeridade financeira, em contraste com o “luxo” esbanjado até então. A primeira vítima do corte de gastos simboliza bem a mudança administrativa em relação à gestão anterior: a FPFTV, menina dos olhos do ex-presidente Onaireves Moura.
Dos sete jornalistas que compunham a equipe, cinco foram dispensados esta semana. Por enquanto, a FPFTV abandona as transmissões ao vivo e produzirá apenas programas de estúdio. Um choque drástico para o projeto que havia se tornado a nova obsessão de Moura - salários de funcionários chegaram a atrasar para o custeio das transmissões. “A FPFTV era deficitária. Com menos gente dá para tocar, porque é um bom negócio”, falou o presidente em exercício da FPF, Aluizio Ferreira, que não descarta reativar as transmissões via internet, desde que haja possibilidade de receita.
A última partida que seria exibida pela web-emissora - Real Brasil x Iraty, pela Copa Paraná - não foi à rede por problemas técnicos.
Inaugurada durante a Divisão de Acesso de 2006, a FPFTV chegou a transmitir quatro jogos por rodada no Estadual-2007 - o que exigia grande estrutura humana material. Mas os anunciantes não eram de grande porte e o número de pacotes vendidos foi mínimo.
A aposta em projetos insustentáveis financeiramente foi uma das marcas da administração Moura - sua maior obra, o Pinheirão, é o exemplo típico. As dívidas se acumularam e hoje a Federação, inadimplente com a Prefeitura, o INSS, a Receita Federal e outros órgãos, tem as receitas penhoradas judicialmente. Erro que o sucessor temporário não pretende repetir. “É preciso tomar algumas posições”, afirma Aluizio, que, além dos profissionais da FPFTV, autorizou a demissão de uma funcionária do TJD, que era bancada pela Federação. Parte da estrutura da FPFTV será redirecionada para o projeto de informatização da Federação.
Aluizio garantiu ainda que a assembléia entre os cinco vice-presidentes, que escolherão um deles para comandar a Federação até abril de 2008, acontece até a metade da próxima semana.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

A fuga


Charge de Tiago Rechia, hoje, na Gazeta do Povo.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Mais um rolo na FPF?

Matéria publicada hoje na Tribuna do Paraná:

Mais bronca na Federação Paranaense de Futebol

Onaireves Moura já está fora, mas nem por isso a Federação Paranaense de Futebol terá vida fácil na capital administrativa do futebol brasileiro. O procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva - STJD, Paulo Schmitt, diz ter indícios de que a Federação montou um documento irregular para o julgamento de quarta-feira.

Trata-se de uma resolução de diretoria assinada em 8 de maio de 2007, que definia a distribuição de verbas dos jogos de competições nacionais, entre a FPF e a Comfiar. “A assinatura é posterior à apresentação da denúncia. Além disso, a matéria é de competência exclusiva da CBF. É um fato grave e que merece ser apurado”, falou o procurador, um dos principais críticos de Moura. Schmitt também sugeriu que o cargo de presidente da FPF seja declarado vago, já que a suspensão imposta a Moura (seis anos) é superior ao tempo restante para o final de mandato (dez meses).

O Estatuto da FPF, porém, não trata do assunto especificamente. O artigo 39 diz apenas que vagando o cargo de presidente, um dos cinco vices será eleito entre eles para assumir a direção até o final do mandato. Em qualquer momento, os vices podem convocar uma assembléia extraordinária com todos os filiados, para antecipar as eleições.

A CBF também estuda a possibilidade de determinar uma intervenção na FPF, mas deverá aguardar alguns dias pela definição da sucessão. Esta hipótese poderá ser “guardada” para o caso de Moura conseguir voltar ao cargo através da Justiça Comum.

O difícil agora é achar um nome de consenso

Coluna de Augusto Mafuz, hoje, na Tribuna:

Sobrevivente

O melhor para Onaireves Rolim de Moura é sair de cena.

O processo no STJD pode até ter sido iniciado por uma razão política, pois era inédito a Justiça Desportiva investigar o comportamento de dirigentes de uma federação.

Mas a decisão que o afastou, não o foi, passando bem longe do caráter político. Foi rigorosamente jurídica, baseada em provas de que a administração foi desviada para fins ilícitos. Nada que surpreenda, mesmo inédita, em razão de que o STJD tem no comando Rubens Aprobato Machado, que antes de ser exaltado como jurista, deve ser recomendado como uma pessoa de bem.

O STJD fez o seu papel: de bandeja entregou a cabeça e a alma de Moura, rompendo a rede que manipulou interesses durante 22 anos.

E o que o futebol paranaense fará?

Não encontro nenhuma referência que sirva, pelo menos, como um princípio para a solução. É que qualquer posição que interesse ao Atlético, não interessa ao Coritiba e ao Paraná, como se o alcance do bem não fosse um interesse comum. Se houvesse uma associação de interesses, era a grande oportunidade do futebol paranaense inovar.

O futebol profissional seria desvinculado do futebol amador como ocorreu com a CBF, que foi o braço mais importante tirado da Confederação Brasileira de Desportos, a extinta CBD.

O consórcio de interesses neste momento seria mais relevante do que o nome do futuro presidente. Quando se tem um objetivo comum, a escolha de quem exercerá a representação se torna mais fácil. Tomem como exemplo a Federação Paulista de Futebol. Os clubes cansados de Farah escolheram por unanimidade Marco Polo Del Nero. O resultado está aí: vendem o campeonato paulista para a televisão por setenta milhões de reais. No próximo ano, serão 100 milhões.

O mais grave é que a desunião não é provocada pela rivalidade, mas por incursões pessoais. Giovani ignora Miranda, que acha Petraglia prepotente. Forma-se uma espiral de excessos: vaidade, orgulho e disputa pelo poder.

O único nome de consenso é o de Joel Malucelli.

Foi presidente do Coritiba, tem relação com o Atlético, ajuda o Paraná e é neutro em matéria desportiva em razão do J. Malucelli. Se não houver uma renúncia aos interesses individuais, não será surpresa se a cabeça de Moura pular da bandeja e sair correndo de volta ao Tarumã.

Não se pode desprezar o passado. Moura sempre sobreviveu.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Imprensa começa a especular nomes de candidatos para a FPF

Com Onaireves Moura afastado do futebol por seis anos, a imprensa começa a especular os nomes de seu substituto na Federação Paranaense de Futebol. Na verdade, a situação da entidade é a seguinte:
  • O presidente em exercício, Aluízio José Ferreira, deve terminar seu "mandato-tampão" de 60 dias - ou seja, mais um mês no cargo.
  • Depois disso, segundo o estatuto da FPF, os vice-presidentes devem se reunir e eleger, dentre eles próprios, um novo presidente para ficar no cargo até o final do mandato, em abril de 2008.
  • Isso se não houver uma intervenção por parte da CBF, como já chegou a ser veiculado na imprensa. Assim, a confederação indicaria algum nome de confiança para terminar o mandato e botar ordem na casa.
  • Somente em fevereiro do ano que vem é que ocorrem as eleições na FPF. E é para este pleito que começam a aparecer os candidatos.
Os nomes
Segundo a Tribuna do Paraná desta quinta, aparecem como nomes fortes os presidentes do Paraná Clube, José Carlos de Miranda, e do J. Malucelli, Joel Malucelli. “Por que não? Há 30 anos a federação é presidida por atleticanos. Está na hora de um paranista. Recebi uma série de pedidos para entrar na disputa”, falou Miranda ao jornal. Já Joel, segundo o jornal, tem bom trânsito nos três grandes clubes da capital e é considerado administrador de competência.
A Tribuna lembra ainda que a sucessão ainda pode ter o dedo da CBF, que deseja um dirigente isento para conduzir a candidatura paranaense à Copa de 2014. Assim, ganha força o nome do presidente do Londrina, Peter Silva, alinhado com Ricardo Teixeira.
O jornal ainda aposta que o governo do Estado pode entrar no jogo e avalizar um nome - o atual presidente da Paraná Esporte, Ricardo Gomyde, já foi cogitado para o cargo, embora não tenha declarado oficialmente a intenção de ocupá-lo. Mas, ao que parece, esta hipótese está descartada: o governador Roberto Requião não está nem aí para o que se passa na FPF.
O advogado Lourival Barão, auditor do TJD, seria outro pré-candidato. E Domingos Moro corre por fora.
Ainda segundo a Coluna do Boluca de ontem, também na Tribuna, o presdidente do Coritiba, Giovani Gionédis, também estaria interessado em concorrer ao cargo. Gionédis foi aliado de Onaireves no intuito de indicar o Pinheirão como sede da Copa 2014, além de já ter dito que pretende fazer do estádio a nova "casa" do Coritiba.
***
Por enquanto são somente especulações, mas os nomes de Peter Silva, Joel Malucelli e Domingos Moro são os melhores, sem dúvida. Peter porque, além de ter o respaldo da CBF, vem do interior e não teria problema com nenhum clube da capital. Já Joel Malucelli, apesar de ter sido presidente do Coritiba, é um empresário de sucesso que já mostrou ser um ótimo administrador, tanto em suas empresas quanto no clube de futebol que fundou, o J. Malucelli (ex-Malutrom). Já Moro não tem muita experiência administrativa, mas entende muito de Justiça Desportiva e tem trabalhado como advogado para todos os clubes paranaenses.
O resto... bem, o resto só pode ser piada de mal gosto.

Presidente do STJD sugere intervenção na FPF

A condenação final de Onaireves no STJD, ontem à noite, foi acompanhada de um duro pronunciamento do presidente do tribunal. Ao justificar seus votos, Rubens Approbato Machado disse que a Justiça Desportiva não poderia silenciar ante à série de denúncias e desmandos na Federação Paranaense de Futebol e defendeu que a entidade paranaense tivesse as portas abertas e sua administração inteiramente revista. As informações são da Tribuna do Paraná.
Agora, os cinco vice-presidentes da FPF devem escolher, entre eles, um substituto até o final deste mandato (abril de 2008). Mas a posição de Approbato reforça a hipótese de intervenção na FPF, preparada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Neste caso, um interventor seria nomeado para gerenciar a entidade até a convocação de novas eleições.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Justiça Desportiva livra o futebol paranaense de Onaireves por 6 anos

Agora é definitivo. O pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva julgou nesta noite os recursos protocolados pelo advogado Vinicius Gasparini contra as punições impostas ao presidente licenciado da FPF, Onaireves Nilo Rolim de Moura.
Onaireves começou bem a noite. Conseguiu ser absolvido no processo 091/07 (motivado por uma charge colocada no site da FPFTV que ironizava a derrota do Rio Branco nos tribunais), cuja pena era de 60 dias de afastamento.
Mas a "virada" parou por aí. No segundo julgamento da noite, o pleno do STJD decidiu, por maioria dos votos (7 a 2), negar o recurso impetrado e manter a suspensão de 3 anos imposta a Onaireves por infração ao artigo 238 do CBJD. Além disso os auditores mantiveram a multa de R$ 1 mil dada à FPF pela infração do artigo 232 do CBJD.
No terceiro processo, de número 100/7, que julgou Moura e mais quatro pessoas ligadas à Federação por infração ao artigo 238, o placar do segundo julgamento se repetiu e por 7 votos a 2 a pena inicial imposta pela Comissão Disciplinar de três anos de suspensão para Moura, Marcos Aurélio, Laércio Polanski e Cirus Itiberê foram mantidas. Carlos Roberto de Oliveira pegou 120 dias de suspensão.

Não há mais recurso na Justiça Desportiva, mas o advogado de Onaireves, Vinicius Gasparini, já disse que estuda partir para ações na Justiça Comum - fato que pode resultar em sanções à FPF e a todos os clubes filiados.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Documentos desapareceram da Federação

A cada dia a situação da Federação Paranaense de Futebol e do presidente afastado Onaireves Nilo Rolim de Moura fica pior.
Segundo a Tribuna do Paraná de hoje, o Núcleo de Repressão contra Crimes Econômicos (Nurce), da Polícia Civil, não encontrou na sede da entidade todos os documentos que procuravam. Boa parte simplesmente “desapareceu”. Mas não foi por mágica. Segundo a reportagem, “nas últimas semanas, caixas de documentos foram retirados da sede da entidade, no Tarumã - uma prática pouco comum. O Nurce deverá apurar que fim tiveram esses papéis e os motivos do desaparecimento”.
Como diria Cid Moreira: “E agora, Mister M?”
Mandado
A polícia já havia solicitado a entrega voluntária dos documentos, mas não foi atendida - daí o pedido do mandado de busca e apreensão. O advogado da FPF, Vinícius Gasparini, alegou que o afastamento de alguns funcionários da entidade pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva atrapalhou a entrega dos documentos. Mas apenas três dirigentes da FPF foram punidos pelo STJD, enquanto a entidade, segundo seu próprio site, tem nada menos do que 36 dirigentes, entre diretores, conselheiros e presidentes de comissões, além de dezenas de funcionários. O que torna essa desculpa bastante esfarrapada.
O delegado-adjunto do Nurce, Robson Barreto, segundo a reportagem, preferiu não dar detalhes da investigação, como a possibilidade de indiciamento criminal de Moura ou outros dirigentes da FPF.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Polícia cumpre busca e apreensão na FPF

Matéria publicada na Agência Estadual de Notícias:

Polícia apreende documentos na Federação Paranaense de Futebol

O Núcleo de Repressão contra Crimes Econômicos (Nurce) cumpriu, na manhã desta segunda-feira (25), mandado de busca e apreensão na Federação Paranaense de Futebol (FPF), no bairro Tarumã, em Curitiba (foto).
Segundo o delegado-adjunto do Nurce, Robson Barreto, foram apreendidos balancetes, atas, listas de funcionários da Federação, entre outros documentos. “Investigamos a Federação desde maio. Na sexta-feira, foi expedido o mandando de busca e apreensão, que cumprimos hoje”, disse.
De acordo com o delegado, o ex-presidente da FPF Onaireves Rolim de Moura é suspeito de fraude contra credores, apropriação indébita e sonegação fiscal. A polícia suspeita que Moura instituiu a Comissão Fiscalizadora de Arrecadação, para não pagar os credores da federação. A comissão teria o objetivo de fiscalizar toda renda de público dos jogos de futebol no Paraná. Segundo a polícia, a Comissão foi criada em 1994, mas só começou a funcionar no ano passado.
Arrecadação

Barreto explicou que, em cada jogo do campeonato brasileiro, a FPF recebe 5% da arrecadação e, em cada jogo do campeonato paranaense, o órgão recebe 10% do total arrecadado. Segundo Barreto, metade desse dinheiro iria para FPF e a outra parte iria para a comissão. “No entanto toda arrecadação deveria ir direto para os credores”, contou o delegado.
Ainda de acordo com a polícia, todo dinheiro das arrecadações estaria penhorado, o que impossibilitaria a divisão com a comissão.
“A suspeita é de que houve desvio de verbas nas arrecadações em todos os jogos do campeonato brasileiro deste ano que aconteceram no Paraná e em todos os jogos do campeonato paranaense”, contou Barreto. A polícia informou que os documentos apreendidos passarão por auditoria, que mostrará se foram cometidas irregularidades.

* Post atualizado às 15h25

CBF prepara intervenção na FPF

Reportagem da Tribuna do Paraná de sexta-feira:
Silenciosamente, a Confederação Brasileira de Futebol - CBF - prepara uma intervenção na Federação Paranaense de Futebol. Confirmada a suspensão do presidente licenciado da entidade, Onaireves Moura, a entidade gerenciadora do futebol brasileiro nomeará um diretor-tampão para coordenar a transição para o próximo mandatário.
Na CBF, ninguém fala oficialmente antes da sentença definitiva do caso Moura. O recurso do julgamento da 3.ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) será julgado na próxima quarta-feira. A primeira suspensão, de seis anos e dois meses, pode até aumentar na semana que vem.
Mas, a pedido do presidente Ricardo Teixeira, o departamento jurídico da CBF estuda uma forma de temporariamente ditar as regras na Federação Paranaense. Uma suspensão por tão longo tempo é inédita entre presidentes de federações, o que exige a avaliação da forma adequada de intervir administrativamente na entidade paranaense. Apesar de poder suspender ou até eliminar um dirigente, o STJD não tem meios legais de determinar uma intervenção.
A intenção da CBF é evitar que Moura mantenha algum poder através de ordens dadas a seus vice-presidentes, como ocorre atualmente. O estatuto da FPF manda que, em caso de afastamento do presidente, os vices decidam entre eles quem concluirá o mandato. O interventor teria a função de “ajeitar a casa” até o final da atual gestão de Moura, em abril de 2008, quando seriam convocadas novas eleições.
O interesse de Teixeira pela situação da FPF tem relação com a Copa do Mundo de 2014. O presidente da CBF pretende incluir Curitiba entre as subsedes do Mundial, mas quer um aliado à frente da FPF para não atrapalhar a preparação para o evento.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Só os avestruzes dão alegrias a Onaireves

Trecho da coluna de Augusto Mafuz, hoje, na Tribuna:
Onaireves Moura continua inconsolável pela perda do mandato da presidência da Federação Paranaense de Futebol.
O mais grave é que acredita nos fantasmas que ele próprio criou. Por isso não tem mais residência fixa.
Quando está em Curitiba, não dorme duas noites no mesmo hotel. Apesar dos traumas tem esperança de reverter a suspensão no recurso do Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
E não perde a pose. Está de carro novo, comprado e com dinheiro. Muito dinheiro, aliás, depois da espetacular venda de carne de avestruz que o seu frigorífico, em Santa Catarina, fez para uma rede de supermercados de Curitiba.
E aos amigos, ri, e copiando Ibrahim Sued, diz: “A vida sem o supérfluo não vale nada”.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Campeonato Paranaense que se preze é assim: vai para o tapetão mesmo antes de começar

Se o Campeonato Paranaense de 2007 enfrentou diversos problemas com a justiça desportiva antes mesmo de começar, o de 2008 está batendo um recorde mundial de incompetência: sete meses antes de seu início, a competição já está sendo questionada no "tapetão".
Para quem não lembra, no ano passado uma pendenga entre Toledo e Engenheiro Beltrão para assumir a vaga do desistente União Bandeirante na primeira divisão foi parar nos tribunais e quase atrasou o início do campeonato. A FPF insistia em convidar o Toledo, que havia sido rebaixado no ano anterior, enquanto o STDJ entendeu que o Beltrão, quarto colocado na divisão de acesso em 2006, teria direito à vaga (para relembrar o caso, clique aqui). Com isso, a Federação divulgou uma nova tabela a apenas 12 dias da primeira rodada. Mas não foi só: antes de terminar a primeira fase, uma verdadeira guerra nos tribunais voltou a ameaçar a competição. Teve de tudo: desde vitória por WO a time que disputou duas partidas em menos de 48 horas. Uma lambança em cima da outra.
Já para 2008, o problema deu-se devido a mudanças no regulamento da competição que não poderiam ter sido feitas. Amparados no Estatuto do Torcedor, Atlético e Engenheiro Beltrão protocolaram no Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) um mandado de segurança contra o arbitral que definiu a fórmula de disputa do Paranaense.
O arbitral realizado no dia 29 de maio decidiu pela alteração do sistema de disputa empregado neste ano, mas o Estatuto do Torcedor proíbe a mudança do regulamento da competição antes de dois anos de vigência do mesmo, a menos que haja a aprovação para tanto no ano anterior do Conselho Nacional do Esporte - o que não aconteceu. Em vez de repetir o sistema utilizado neste ano (mais longo, em quatro fases), foi estabelecido que o regional do ano que vem seria disputado em apenas duas etapas, a primeira com todos jogando entre si em turno único e a segunda com os oito melhores classificados também em turno único.
Segundo disse o presidente do Engenheiro Beltrão, Luiz Linhares, à Gazeta do Povo, a nova rixa no tapetão não foi iniciada por falta de aviso. “Alertei sobre o problema do Estatuto no arbitral, mas fui ignorado”, disse o dirigente, que foi voto vencido na reunião. Já o Atlético não participou do arbitral. De acordo com Linhares, outros clubes que divergiram da maioria foram contatados, mas no final apenas o Engenheiro e o Atlético toparam levar o caso aos tribunais.
* * *
Depois os clubes não sabem porque as redes de TV oferecem ninharias pela transmissão do "excepcional" Campeonato Paranaense. E ainda jogam a culpa sobre as emissoras. Se alguém tem culpa, são os próprios clubes e a FPF. Primeiro, por criar campeonatos mirabolantes que pouco atraem a atenção do público. Segundo, por aceitar as migalhas oferecidas pela mídia, ano após ano. Quem abre as pernas uma vez, vai abrir sempre. Então, que se contentem com as migalhas.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Exclusivo: quem ameaçou Onaireves de morte!

A polícia já tem pistas de quem estaria ameaçando de morte o presidente afastado da FPF, Onaireves Moura. Segundo as investigações, a suspeita recai sobre algum dos 500 investidores da empresa Top Avestruz/Centruz (foto), que aplicou, segundo o promotor Alberto Camiña Moreira, um golpe "semelhante ao golpe do boi gordo" em 2005. Na época, o promotor remeteu documentos ao Ministério Público Federal para instauração ação penal por crime do colarinho branco contra o responsável pela empresa - ninguém menos do que o próprio Onaireves.

Segundo Moreira, a Top Avestruz emitia valores mobiliários envolvendo captação de dinheiro público, sem autorização da CVM, o que configura crime contra o sistema financeiro nacional, cuja pena vai de 2 a 8 anos de cadeia e multa. E foi por este motivo que em abril de 2005 uma decisão do juiz Eduardo Rocha de Siqueira, da 28.ª Vara Cível da capital paulista, impediu a venda de novos contratos para a criação de aves da empresa. Na época a Top Avestruz tinha cerca de 500 clientes no Paraná, São Paulo e Santa Catarina, que saíram de bolsos vazios e sem uma pena de avestruz sequer...

Mas não é só! A polícia levanta também suspeitas sobre algum dos cerca de 100 funcionários das empresas Sport House Franquias Ltda e Bingo Campos Gerais Ltda. Segundo o Ministério Público Federal de Ponta Grossa, ambas pertenciam a Onaireves mas estavam registradas em nome de laranjas. De acordo com o MP, o valor de tributos federais sonegados pela quadrilha chegou a R$ 3.289.800,70. Com o fechamento das empresas, os funcionários ficaram sem emprego e não receberam suas obrigações trabalhistas.
Ou seja, preliminarmente a polícia já identificou ao menos 600 suspeitos. Mas a lista pode aumentar com o andar das investigações.
***
Obviamente, alguns trechos deste post são fictícios. A parte que narra o que ocorreu com a Top Avestruz e com os bingos de Ponta Grossa é verídica. Já as "investigações" sobre as supostas "ameaças de morte" a Onaireves são obra de ficção. Mas podem muito bem ter seu fundo de verdade... ou não?
Por exemplo, a Gazeta do Povo publicou, em 13/03/2006, uma reportagem sobre investidores que perderam dinheiro na Top Avestruz. Um deles havia investido R$ 120 mil no negócio de Onaireves.
É... Tem muita gente "p" da vida com Onaireves pelo Paraná afora...

O vira-casaca

Onaireves Nilo Rolim de Moura ficou conhecido nacionalmente quando era deputado nacional. Não pelos projetos apresentados ou por uma atuação política brilhante, mas por episódios negros da história do Congresso. Teve o mandato cassado por participar de um esquema de corrupção. Antes, chamou a atenção de todo o país por sua participação no processo de impeachment do então presidente da República Fernando Collor. Na noite anterior à votação, Onaireves reuniu a base aliada em sua casa para um jantar de apoio ao presidente. Com discursos inflamados, Onaireves e os demais presentes atentavam para a semelhança do impeachment com um "golpe de estado" e defendiam a manutenção de Collor do poder. No dia seguinte, em votação aberta e transmitida ao vivo para todo o país por várias cadeias de TV, Onaireves lascou um "SIM" a favor da cassação do presidente. Foi uma das maiores trairagens já vistas na política nacional.
Agora, vem à tona uma outra história de traição protagonizada por Onaireves. Em entrevista à Tribuna do Paraná, o ex-presidente da FPF Luiz Gonzaga da Motta Ribeiro criticou a falta de representatividade política do futebol paranaense e relembra o episódio: "A situação poderia ser outra. Em 1985, o Medrado Dias (João Maria, parnanguara que foi dirigente do Vasco da Gama, do Rio) era candidato à presidência da CBF, contra o Otávio Guimarães. Eu era o primeiro vice-presidente na chapa. O Moura estava conosco, inclusive lançou a candidatura do Medrado aqui em Curitiba. Mas na hora, virou a casaca. A eleição terminou empatada e o Otávio ganhou porque era mais velho. Se o Moura tivesse votado com a gente, teríamos ganho. Mas ele votou contra. Por quê? Isso só ele sabe."
Parece que a trairagem é, realmente, uma das especialidades de Onaireves.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Presidente do STJD não dá bola às denúncias de Onaireves

O presidente licenciado e afastado da Federação Paranaense de Futebol, acompanhado do diretor Almir Zanchi - ex-Coritiba -, encontrou-se ontem com o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Rubens Approbato Machado, no Rio de Janeiro. Segundo a Tribuna do Paraná desta sexta, Onaireves entregou documentos e diversas denúncias contra o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, e o procurador-geral do tribunal, Paulo Schmitt.
O gesto seria a nova resposta agressiva de Moura a quem ele considera os principais responsáveis por sua iminente derrocada do comando da FPF. E, também, sua última chance de arrastar alguém para o mar de lama que criou, já que até agora todas as suas acusações foram rebatidas ou ignoradas.
Segundo a Tribuna, Approbato, que costuma receber dirigentes quando solicitado, não teria se sensibilizado com as denúncias, que incluíam uma cópia em DVD do depoimento de "Bin Laden Moura" exibido na quarta-feira para dirigentes de clubes e distribuído à imprensa. Alguns jornais e rádios de Curitiba, inclusive, chegaram a publicar parte do conteúdo do bizarro vídeo mesmo sem comprovar a veracidade dos documentos.
Ontem ainda o STJD informou que o julgamento do recurso do processo em que Moura foi condenado a seis anos e dois meses de suspensão deve ser marcado para 28 de junho. A data, porém, ainda não é oficial.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Fogo no circo

Trecho da Coluna do Mafuz de hoje na Tribuna:
O ex-presidente Onaireves Moura, já não tendo mais o que perder, quer botar fogo no circo. Tão logo seja julgado o seu recurso pelo STJD, e mantida a suspensão, irá à Justiça Comum para restabelecer o direito de exercer a presidência da FPF.
E é aí que o circo vai pegar fogo: a CBF já tem esboçado o texto de um ato administrativo, que suspende a Federação Paranaense de Futebol. A consequência deste ato alcançará, em tese, Atlético, Coritiba e Paraná, que ficarão impedidos de participar das competições nacionais. O caso Moura ainda nem começou.

Onaireves e asseclas afastados pelo STJD continuam a mandar na Federação

Saiu na Tribuna do Paraná:

Rotina da FPF permanece inalterada
Mesmo afastado, Onaireves Moura ainda dá as cartas na Federação Paranaense de Futebol. Embora não apareça na sede do Tarumã, o presidente licenciado determina os rumos da entidade a seu estafe de confiança.
A “eminência parda” de Moura desagrada até o presidente interino Aluízio Ferreira, que viu contrariadas algumas medidas planejadas para amenizar o clima entre os funcionários, incertos quanto ao futuro da Federação e ainda com os salários de maio a receber.
Além disso, alguns dos braços-direitos de Moura seguem trabalhando normalmente, mesmo afastados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva. O superintendente Laércio Polanski comandou o arbitral do Campeonato Paranaense sub-20, na última segunda-feira, e ainda assina contratos de jogadores. Marcos Aurélio Rodrigues continua exercendo a função de diretor financeiro. Em 30 de maio, a 3.ª Comissão Disciplinar do STJD suspendeu ambos por dois anos, por causa das acusações de desvio de rendas de jogos envolvendo a empresa Comfiar, da qual eram diretores.
A permanência de ambos contraria o artigo 172 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Diretores suspensos por prazo são impedidos de exercer qualquer cargo em entidade de administração desportiva, caso da FPF. Apesar de os advogados de defesa terem entrado com recurso (ainda sem data para ser julgado), a pena já deveria estar sendo cumprida.

Onaireves Bin Laden

Reportagem de hoje na Tribuna do Paraná mostra uma nova faceta de Onaireves Moura. Para manter-se na mídia e tentar levar adiante às acusações que vem fazendo contra aquele a quem imputa toda a má-sorte que teve na vida, aquele que julga ser o responsável por suas prisões e pelo afastamento da FPF, Mário Celso Petraglia, Onaireves gravou um vídeo caseiro no melhor estilo "terrorista islâmico".
Dentre as acusações, um monte de "abobrinhas" e uma única denúncia que pode ter um fundo de veracidade: a de que o filho de Petraglia teria participação na empresa que instalou as cadeiras na Kyocera Arena - o que não é ilegal, desde que não tenha havido superfaturamento de preço. Na reportagem, o advogado Marcos Malucelli faz a defesa do clube. Confira:
Onaireves volta a atacar inimigos
Afastado temporariamente do futebol, Onaireves Moura não desistiu de atacar seu maior inimigo, aquele a quem imputa toda a má-sorte que teve na vida: Mário Celso Petraglia. Num almoço para dirigentes esportivos, o presidente licenciado da Federação Paranaense de Futebol divulgou um vídeo de 20 minutos em que denuncia de voz própria irregularidades supostamente cometidas pelo presidente do Conselho Deliberativo do Atlético.
"Prestigiaram" o evento, numa churrascaria do bairro Prado Velho, os presidentes José Carlos de Miranda (Paraná Clube) e Giovani Gionédis (Coritiba), representantes de clubes do interior, amadores e ligas de futebol, além de funcionários da FPF “intimados” a comparecer e assim manifestar pretenso apoio ao cartola. Exibido antes do almoço, o vídeo lembra declarações de terroristas suicidas - sem fundo nem identificação do local, apenas com a câmera fixa no rosto do homem-bomba. Moura, afônico por causa de uma gripe, começa revelando que a gravação deve-se às ameaças de morte que estaria sofrendo. Os responsáveis pelas supostas ameaças não foram revelados.
Depois, repete que a “perseguição” do dirigente atleticano ocorre desde 1995, quando teria rejeitado beneficiar o Furacão através do apito. Moura atribui a Petraglia grande parte dos enfrentamentos judiciais de sua carreira, como uma tentativa de impeachment da presidência da FPF, uma suspeita de assassinato em 97, a nomeação de um interventor na Federação no mesmo ano por dívidas tributárias, a prisão por sonegação fiscal decretada pela Justiça Federal em 2000 e, recentemente, o lacramento do Pinheirão e os três processos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva que resultaram numa suspensão de 6 anos e 2 meses. Como se Petraglia pudesse influir diretamente na Justiça Desportiva e nos fóruns cível e criminal da Justiça Comum e como se os juízes tivessem mandado prender Onaireves sem prova alguma, "só porque o Petraglia mandou"...
Moura dispara ainda contra a lisura fiscal de Petraglia na gestão de suas empresas, de seus imóveis e do próprio Atlético. Quase todas as denúncias já haviam sido divulgadas em entrevista coletiva, mas desta vez o vídeo exibe trechos grifados de supostos documentos, que pretensamente respaldam as acusações. O vídeo tem até um momento hilário, quando Moura apanha do bolso e afasta o telefone celular que toca no meio do depoimento. No final, o dirigente da FPF afirma que o objetivo das denúncias é livrar o Atlético da influência de Petraglia.
O advogado e membro do Conselho Gestor do Atlético Marcus Malucelli, que já havia rebatido denúncias anteriores de Moura, afirmou à reportagem da Tribuna que o clube não se pronunciará antes de conhecer o conteúdo do vídeo.
Cadeiras: panos pra manga
Entre as inúmeras denúncias de Onaireves Moura, uma contesta a venda das cadeiras da Arena. Alguns registros confirmados pela reportagem da Tribuna mostram que a empresa que prestou serviços ao Rubro-Negro em 2004 tem ligação indireta com a família Petraglia.
O presidente do Conselho Gestor do Furacão, João Augusto Fleury, e o advogado do clube, Marcus Malucelli, negaram que a Kango do Brasil Equipamentos Esportivos tivesse vendido as cadeiras da Arena, conforme afirmara o presidente da FPF. Os dirigentes apresentaram a nota fiscal da compra de 20.500 cadeiras efetuada na Diepar Equipamentos de Escritório Paraná no valor de R$ 717 mil, emitida em maio de 2004. A instalação custou outros R$ 720 mil aos cofres rubro-negros.
De fato, a Diepar não tem representantes da família do mais importante dirigente rubro-negro - os donos da empresa são Jelmo Luiz de Medeiros e Mariza Medeiros. Mas Mariza é sócia de Mário Celso Keinert Petraglia, filho mais velho do presidente do Conselho Deliberativo do Furacão, na Kango do Brasil, empresa inscrita na Receita Federal em março de 2004. Cada um detém 50% do controle societário.
O site da Kango anunciava até a semana retrasada que “o estádio mais moderno da América Latina (Arena da Baixada, em Curitiba) só podia ter cadeiras Kango Sport: 21 mil unidades instaladas”.
O endereço da empresa na internet (www.kango.com.br) saiu do ar pouco depois da veiculação dos ataques de Moura. A Kango também havia divulgado no site que fornecera cadeiras para outros estádios, como o Mineirão, o Orlando Scarpelli, o ginásio de Brusque e o estádio da Portuguesa-RJ.
Procurado pela reportagem da Tribuna, Marcus Malucelli manteve a posição de que a Diepar não tem relação com a família Petraglia. “Mário Petraglia Filho não era sócio da Diepar quando firmamos o contrato. Mas até poderia ser. O que importa é que o preço e a mercadoria sejam bons”, disse o conselheiro rubro-negro. Malucelli reiterou que cada cadeira custou R$ 35, valor superior ao de outras similares por causa da qualidade do material.

Escritório desmente auditoria na Federação

Reportagem publicada na Gazeta do Povo:
Linha cruzada na auditoria
por NAPOLEÃO DE ALMEIDA
Onaireves Moura deixou a Federação Paranaen-se de Futebol há 15 dias. Suspenso por seis anos e dois meses, o ex-presidente, acuado antes do julgamento, afirmou que deixava a entidade para que uma auditoria investigasse supostas irregularidades envolvendo os borderôs que traziam registro de verbas para a Comfiar, empresa que administra a FPFTV. Mas um desencontro de informações esconde as intenções da Federação, presidida pelo vice Aluízio Ferreira, de ter pressa neste trabalho de averiguação.

Pela FPF, Ferreira foi enfático: “Já estão mexendo lá”. Ele se refere à empresa Étika Contábil e Auditoria, supostamente contratada para investigar as irregularidades. Mas o diretor da empresa, Rolando Bibow, desmente tal versão: a empresa não está trabalhando na auditoria. “O que a gente fez foi no final do ano passado. Agora não tem nada ainda. Só comentaram que ia ter a necessidade, mas não confirmaram”, disse. Aluízio Ferreira, no entanto, garantiu a atuação na sede da FPF quando perguntado novamente: “Sim, tranqüilo, ela (a auditoria) já está contratada”.
A empresa, além de desmentir a contratação, ainda rebateu: “Nós fazemos auditoria contábil. Me parece que o que é exigido agora é diferente”, contou Bibow
. A exigência é realmente mais que apenas checar balancetes. É comprovar o desvio de verbas da Associação dos Atletas Profissionais e de 5% das rendas, nos jogos do Paranaense, e 2,5%, em dois jogos do Brasileiro deste ano, para a Comfiar. Daí, checar o destino do dinheiro. A lei desportiva já puniu Moura, entendendo que houve adulteração. Mas na tese da FPF, tudo está certo. “Eu cheguei a ter acesso aos documentos”, afirmou Ferreira. “Não houve rasura. Nos campos que diziam CBF, foi escrito 5% para Comfiar. Mas esses campos não são utilizados”.
O presidente em exercício defende que, mesmo com a punição do STJD, a Federação (no caso, Moura) não fez nada de errado. “Foi tudo decidido em assembléia. Os clubes aprovaram e se eles quiseram, não vejo erro”. Aluízio Ferreira ainda disse que a Federação está com dificuldades. Penhoras não permitiram que os salários de funcionários fossem colocados em dia. “Estamos com problemas. Devemos pedir uma liminar para pelo menos garantir quem trabalha aqui”, disse.


terça-feira, 12 de junho de 2007

Gomyde e a tocha

Essa saiu no Hora H News:
Gomyde e a tocha

Requião não gostou de ver o seu secretário dos Esportes, Ricardo Gomyde (PC do B), mencionado na Gazeta do Povo envolvido na busca da tocha do Pan. "
Secretário meu não brinca com fogo, nem com tocha", disse o governador ao comentar o episódio da ida do secretário até o México, junto com o ministro comunista, Agnelo Queiroz, para buscar a tocha.
***

Gomyde, aliás, continua constando no site da Federação Paranaense de Futebol como titular no cargo de "Relações Governamentais".