Justiça deve decretar a intervenção da entidade
por CARLOS EDUARDO VICELLIHá um forte indício de que a Justiça deve decretar uma intervenção e nomear uma nova diretoria na Federação Paranaense de Futebol (FPF). Conforme a Gazeta do Povo apurou, são grandes as chances de o atual presidente, Aluízio José Ferreira, ser retirado do cargo por determinação judicial.
O Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), órgão vinculado à Polícia Civil, estaria à frente das investigações. A ação faz parte da “Operação Cartão Vermelho”, que já resultou na prisão do ex-presidente da FPF, Onaireves Moura, e de outras oito pessoas ligadas à entidade, todas suspeitas de desviar dinheiro da instituição. O delegado responsável pelo caso, Sérgio Sirino, também confirmou a possibilidade de intervenção.
São duas as dúvidas que pairam sobre a administração do ex-vereador de Ponta Grossa. Ferreira compôs, como um dos vice-presidentes, a chapa que ajudou a reeleger Onaireves Moura, em abril de 2004. O dirigente subiu na hierarquia da Federação após a suspensão de Moura aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), em junho deste ano. O mandato-tampão termina em abril de 2008. E o cartola afirma que “nunca soube de nada” sobre as ilegalidades na instituição.
Outra questão diz respeito à Comissão Fiscalizadora de Arrecadação (Comfiar), empresa criada por Moura – com a anuência da maioria dos clubes do estado – para driblar as penhoras judiciais nas contas da FPF. O grupo usava supostamente o órgão para desviar dinheiro da organizadora do futebol paranaense.
O esquema continuou funcionando mesmo após a mudança na presidência da entidade. Durante a disputa da Copa Paraná, competição que ainda está em andamento e dá uma vaga na Série C do ano que vem e na Copa do Brasil de 2009, os times continuaram repassando 5% da renda bruta à Comfiar.
“O arbitral do campeonato definiu que seria desta maneira. Mas como a empresa está sob investigação, eu já determinei que mude. Demiti na última semana o último funcionário da Comfiar. Na verdade, ela foi praticamente extinta”, explica Ferreira.
Com o fechamento do braço comercial da FPF, toda a arrecadação proveniente na participação da renda dos jogos no estado, vai para a conta da entidade. Mais de 90% da verba, contudo, é retida pela Justiça, que a repassa aos credores da Federação Paranaense.
“O que sobra é tão pouco que só dá para honrar a folha de pagamento e outras despesas administrativas”, afirma Vinícius Gasparini, assessor jurídico e administrativo da FPF.
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