segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Justiça troca toda a diretoria da FPF

Poucos meses após o afastamento de Onaireves Moura e de Aluízio Ferreira ter assumido a presidência da Federação Paranaense de Futebol, a Justiça determinou na semana passada o afastamento de todos os seus dirigentes. E, por incrível que pareça, decisão nada tem a ver com a investigação sobre desvios de recursos na entidade: trata-se de um outro rolo, desta vez eleitoral.
De acordo com a decisão, Hélio Cury, de 57 anos, é o novo presidente da FPF. Depois de quase quatro anos, a Justiça acatou o pedido do adversário político de Onaireves Moura e destituiu a atual diretoria da entidade.
O empresário (tem uma loja de material esportivos) tentava assumir a instituição desde meados de 2004, quando foi derrotada pela chapa de Moura por 77 votos a 8. A eleição vinha sendo contestada por ele antes mesmo de ser realizada. O processo que resultou no mandato judicial de ontem data de três dias antes do pleito, realizado em 30 de abril daquele ano.
Na época, Cury alegou que seu adversário não poderia se candidatar à reeleição, pois contrariava a Lei Pelé em seu artigo 23. Nele, está prevista a inelegibilidade de dirigentes condenados em sentença definitiva por crime doloso e que estejam inadimplentes com a contribuição previdenciária, entre outros.
Moura se encaixava nos dois casos, mas demorou para que a Justiça reconhecesse isso. No começo do ano passado, o caso chegou a ser julgado, mas o juiz encarregado da questão entendeu que, como a eleição já havia sido realizada, não haveria mais nada a se fazer. Um recurso no Tribunal de Justiça, contudo, fez o processo retornar à estaca zero e cair na 9.ª Vara Cível de Curitiba, a cargo da juíza Denise Antunes.
Na noite de terça-feira, ela definiu que Cury assumisse.Para Moura e o antigo Conselho Fiscal da FPF, a decisão chegou tarde. Todos já estão detidos preventivamente, acusados de fraude, formação de quadrilha, estelionato e apropriação indébita de dinheiro. Foram presos na operação “Cartão Vermelho”, da Polícia Cívil. Mas sobraram os sete vices do cartola, entre eles o então presidente em exercício, Aluízio Ferreira, que continuavam tocando a entidade.Todos foram pegos de surpresa, inclusive Cury. “Não tive tempo nem de avisar a minha diretoria”, disse. O novo presidente terá cinco meses até a próxima eleição – da qual já antecipa a candidato –, mas não deve fazer mudanças drásticas. “Nem seria coerente da minha parte. Primeiro, faremos uma auditoria jurídica para saber em que pé está isto aqui”.
Já Aluízio acabara de sair de um depoimento na Polícia Civil e quando chegou à FPF deu de cara com o oficial de Justiça.“Vou ajudar o Cury no que for preciso para a entidade continuar funcionando, mas vou buscar os meu direitos”, afirmou. Até amanhã, ele deverá entrar com recurso no Tribunal de Justiça.

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