terça-feira, 19 de junho de 2007

Campeonato Paranaense que se preze é assim: vai para o tapetão mesmo antes de começar

Se o Campeonato Paranaense de 2007 enfrentou diversos problemas com a justiça desportiva antes mesmo de começar, o de 2008 está batendo um recorde mundial de incompetência: sete meses antes de seu início, a competição já está sendo questionada no "tapetão".
Para quem não lembra, no ano passado uma pendenga entre Toledo e Engenheiro Beltrão para assumir a vaga do desistente União Bandeirante na primeira divisão foi parar nos tribunais e quase atrasou o início do campeonato. A FPF insistia em convidar o Toledo, que havia sido rebaixado no ano anterior, enquanto o STDJ entendeu que o Beltrão, quarto colocado na divisão de acesso em 2006, teria direito à vaga (para relembrar o caso, clique aqui). Com isso, a Federação divulgou uma nova tabela a apenas 12 dias da primeira rodada. Mas não foi só: antes de terminar a primeira fase, uma verdadeira guerra nos tribunais voltou a ameaçar a competição. Teve de tudo: desde vitória por WO a time que disputou duas partidas em menos de 48 horas. Uma lambança em cima da outra.
Já para 2008, o problema deu-se devido a mudanças no regulamento da competição que não poderiam ter sido feitas. Amparados no Estatuto do Torcedor, Atlético e Engenheiro Beltrão protocolaram no Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) um mandado de segurança contra o arbitral que definiu a fórmula de disputa do Paranaense.
O arbitral realizado no dia 29 de maio decidiu pela alteração do sistema de disputa empregado neste ano, mas o Estatuto do Torcedor proíbe a mudança do regulamento da competição antes de dois anos de vigência do mesmo, a menos que haja a aprovação para tanto no ano anterior do Conselho Nacional do Esporte - o que não aconteceu. Em vez de repetir o sistema utilizado neste ano (mais longo, em quatro fases), foi estabelecido que o regional do ano que vem seria disputado em apenas duas etapas, a primeira com todos jogando entre si em turno único e a segunda com os oito melhores classificados também em turno único.
Segundo disse o presidente do Engenheiro Beltrão, Luiz Linhares, à Gazeta do Povo, a nova rixa no tapetão não foi iniciada por falta de aviso. “Alertei sobre o problema do Estatuto no arbitral, mas fui ignorado”, disse o dirigente, que foi voto vencido na reunião. Já o Atlético não participou do arbitral. De acordo com Linhares, outros clubes que divergiram da maioria foram contatados, mas no final apenas o Engenheiro e o Atlético toparam levar o caso aos tribunais.
* * *
Depois os clubes não sabem porque as redes de TV oferecem ninharias pela transmissão do "excepcional" Campeonato Paranaense. E ainda jogam a culpa sobre as emissoras. Se alguém tem culpa, são os próprios clubes e a FPF. Primeiro, por criar campeonatos mirabolantes que pouco atraem a atenção do público. Segundo, por aceitar as migalhas oferecidas pela mídia, ano após ano. Quem abre as pernas uma vez, vai abrir sempre. Então, que se contentem com as migalhas.

Nenhum comentário: