terça-feira, 8 de maio de 2007

Governo do estado divulga denúncias contra Gionédis

Fica cada vez mais difícil de acreditar que o governador Roberto Requião tenha autorizado o presidente da Paraná Esporte, Ricardo Gomyde, a indicar um projeto capitaneado pelo presidente do Coritiba, Giovani Gionédis (na foto, ao centro), como opção de estádio para a realização da Copa do Mundo de 2014 em Curitiba.

A edição de hoje da "Escola de Governo" - reunião entre o governador, secretários de estado e funcionários públicos realizada toda manhã de terça-feira - foi destinada quase que inteiramente para relembrar os casos de corrupção envolvendo membros do governo Jaime Lerner (1995-2002). O secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, apresentou um relato de mais de vinte ações e sentenças de casos de desvio de dinheiro público durante a gestão Lerner, que, juntas, somam mais de R$ 5 bilhões de prejuízos e ações de ressarcimento ao Tesouro do Estado.

Gionédis foi citado em pelo menos duas destas ações. A primeira delas diz respeito à venda de ações da Sanepar, quando Gionédis era secretário da Fazenda. Segundo a denúncia, acordo que resultou na transferência de 39% das ações do grupo paranaense para a Dominó Holdings (o que pe proibido por lei) foi autorizado por Gionédis, mesmo sem ter competência para tal.

A segunda trata de uma denúncia contra a direção do Banestado. Entres os réus estão Giovani Gionesdis, ex-presidente do Conselho de Administração do banco, e Airton Antônio Daré, da empresa Bauruense Serviços Gerais. Segundo a denúncia, Gionédis teria solicitado, em meados de 1998, R$ 1 milhão da empresa Bauruense, sob o pretexto que o dinheiro seria utilizado como contribuição para campanha eleitoral da época.

Oito cheques teriam sido entregues a Gionédis, com “laranjas” como beneficiários. Gionédis teria então determinado que Alaor Alvim Pereira e a Gabriel Nunes Pires, ambos diretores do banco à época, sacassem a quantia na tesouraria do Banestado. De acordo com a ação 2004.7000037746-2, Gionédis recebeu o dinheiro. Da mesma ação consta denúncia relativa ao ressarcimento realizado pelo Banestado a Bauruense, no valor de R$ 1.967.323,58.

Delazari citou ainda outros casos de corrupção no Banestado referentes à época em que Gionédis presidia o Conselho de Administração.

O governo do Estado colocou todas as denúncias na internet, em sua agência de notícias. Para ver o conteúdo, clique aqui.

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Resta o que Ricardo Gomyde, que anda sumido da mídia depois que a indicação do Pinheirão à CBF como estádio ideal para sediar a Copa ter sido "bombardeada", está pensando em fazer para sair desta enrascada.

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