quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Iatauro: “promovido para baixo”?

O jornalista Fábio Campana, em sua coluna Et Cetera desta quarta no Estado do Paraná, conta os quais seriam verdadeiros motivos por trás do apoio do governador Roberto Requião à candidatura de Rafael Iatauro para a presidência da FPF. E mais: diz que Iatauro só aceita para atrair para si os holofotes da mídia, com vistas à eleição de outubro. Confira a coluna:

A fritura de Rafael

Roberto Requião tem um estilo próprio para se desvencilhar de algum auxiliar que considera inconveniente. Em vez de demiti-lo, ele cria um subterfúgio para afastá-lo do cargo, quase sempre ancorado através de uma falsa promoção. É o que está acontecendo com o chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro. Incomodado com a visibilidade pública do subordinado, o governador achou uma maneira de “despejá-lo” da função. A estratégia: indicar o “amigo” para a presidência da Federação Paranaense de Futebol (FPF). Colou. O secretário, mordido pela mosquinha azul, não percebeu que, por trás da iniciativa, há um evidente processo de fritura política. A fogo brando.

Foi premeditado

Há muito Requião deixa claro a áulicos mais próximos de que desejava encontrar uma “saída digna” para Iatauro. Agora aconteceu. A presidência da FPF é uma isca perfeita, pois, ganhando ou perdendo a eleição, Rafael não terá condições de voltar ao Palácio. Trata-se de uma passagem só de ida. E tchau.

Descarte

A “rifada” que o governador está dando em seu chefe do gabinete civil chega a ser constrangedora. Que Requião não tolera dividir holofotes, tampouco agüenta ver alguém próximo de si “aparecer” é ponto pacífico, mas não deixa de surpreender o tamanho de seu “maquiavelismo”.

Troco

Por outro lado, vale ressaltar que a saída do governo atende também a um anseio secreto de Iatauro. Há indícios de sobra de que o secretário não tolerava mais levar espinafradas públicas e privadas. Apesar disso, a versão oficial é de que a relação entre os dois vai muito bem, et cetera e tal.

Com os ursos

Na prática, contudo, ainda está fresco na memória dos mais atentos observadores políticos o longo tempo que durou a viagem de férias de Rafael. Não consta que um político local tenha passado um período tão extenso afastado do cargo, sobretudo porque o destino escolhido pelo auxiliar foi o gélido Canadá.

Tem mais

Igualmente é fato de que o chefe da Casa Civil só permanece no governo porque deseja ocupar espaço para pavimentar o sonho de ser eleito deputado federal. Assim, se der certo o “plano FPF”, sem peso na consciência, ele poderá deixar o posto no executivo tranqüilo, visto que a vitória para a presidência da Federação garantiria espaço de sobra na mídia. E melhor: tudo isso sem ter que agüentar os destemperos e estripulias do inquilino do Cangüiri.

Projeção eleitoral

É evidente que Iatauro tem chances reais de se eleger para o comando do futebol paranaense. Entretanto, pesa contra ele justamente a proximidade com Requião. O desgaste é gigantesco. O ônus terrível. Parece óbvio que, se estivesse sozinho, suas chances seriam muito maiores, inclusive despontaria como favorito. Hoje não. O fantasma do Roberto assombra tanto que pode pôr tudo a perder.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Mais uma do secretário-cartola-candidato

Deu há pouco na CBN: as autoridades presentes hoje na "Escola de Governo", reunião comandada pelo governador Roberto Requião todas as terças pela manhã, receberam, ao final do evento, um documento mostrando gastos injustificados na Paraná Esporte, secretaria comandada pelo "multicomunista" Ricardo Gomyde, que também é cartola do Coritiba e candidato à Prefeitura da capital.
Segundo a rádio, a Paraná Esporte teria investido recursos públicos para a realização de um evento em Foz do Iguaçu - justamente no mesmo dia em que o governo do Paraná tinha agendado uma reunião com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para tratar da candidatura de Curitiba para sediar a Copa 2014. O evento em Foz, aliás, foi o primeiro argumento usado pelo multicomunista para não acompanhar a comitiva paranaense ao Rio de Janeiro.
Eis que, segundo a denúncia, o evento em Foz do Iguaçu foi cancelado sem qualquer justificativa, apesar da Paraná Esporte já ter pago todos os gastos - pelo que deu entender da reportagem da CBN, algo em torno de R$ 6 mil. Não é muito, mas é dinheiro nosso.
Gomyde, pra variar, não estava presente na "Escolinha". Requião já chegou a dar broncas públicos em secretários que faltam ao evento. Mas Gomyde - que quase nunca apareceu para prestigiar o "professor" Requião -, curiosamente , nunca levou nenhum pito do governador. Que, hoje, também não quis se manifestar sobre a denúncia de desperdício de dinheiro na Paraná Esporte.
Em tempo: reunião plenária do PCdoB hoje à noite, em Curitiba, lançará oficialmente Gomyde como candidato comunista à Prefeitura de Curitiba. Na mesma chapa que tem como candidatos a vereador Nello Morlotti e Luizão Stelfeld.
Haja Engov e Digesan...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Por que no te callas?

Em entrevista à Gazeta do Povo, o presidente da Paraná Esportes, Ricardo Gomyde, alegou "FALTA DE TEMPO" para não acompanhar a delegação paranaense quer foi à CBF pela Copa em Curitiba. Mas teve tempo de viajar para Belém do Pará para assistir a uma partida do clube do qual é diretor. E para visitar o São Paulo FC, na capital paulista, também como dirigente de clube. Ainda esta semana o próprio esteve no Rio de Janeiro, mas para participar de outro evento representando o Coritiba. Gomyde arruma tempo também para participar de eventos de seu partido, que irá lançá-lo como candidato à Prefeitura de Curitiba.
Mas para defender os interesses do estado, para o que é pago com o dinheiro de todos os contribuintes... ah, para isso Gomyde não tem tempo...
A gafe rendeu comentários em vários veículos. Confira:

Arquibancada Virtual - Gazeta do Povo:
"Gomyde apelou para uma desculpa esfarrapada. Alegou que não daria tempo para ir ao Rio. (...) Seria cômico, se não fosse trágico e irresponsável. Como secretário estadual de esportes, é obrigação de Gomyde estar em uma reunião que trata da Copa do Mundo. Como diretor do Coritiba, ele sabe que a torcida alviverde arranca seu couro se ele mover uma palha pelo Mundial na Baixada. Fica claro que Gomyde tem que decidir o que quer: ser diretor do Coxa ou ser secretário de Esportes. Ocupar as duas funções ao mesmo tempo é incompatível. Não só por essa situação, mas por muitas outras. Por exemplo. Semana passada ele passou dois dias em Belém, acompanhando a estréia do Coritiba na Copa do Brasil. Se tratou algo do governo, foi por telefone. Empenho de menos para quem tem o salário pago pelos contribuintes. Melhor Gomyde descer logo do muro. Antes que coxas e atleticanos o derrubem de lá a pedradas."

Blog da Baixada
"O presidente da Paraná Esporte, Ricardo Gomyde, está fora da comitiva do governo estadual que se reúne nesta quarta-feira com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para tratar da Copa 2014 em Curitiba. Mas poderia se esperar outra atitude do jovem “comunista”, dirigente do Coritiba, que chegou a se opor à indicação da Arena como estádio curitibano para o mundial e que lançou, junto com Onaireves Moura, a candidatura pró-Pinheirão?
Até mesmo a Gazeta do Povo desta quarta estranhou a ausência da maior “autoridade” da área esportiva do estado no evento. Ao jornal, assessores de Gomyde disseram que o dirigente dos coxas “não tem tempo” de tratar deste assunto: “O também dirigente do Coritiba esteve sempre à frente da candidatura local, mas optou agora pela presença no Seminário Estadual do Esporte, que seria realizado entre hoje e amanhã em Foz do Iguaçu. O evento, porém, foi cancelado. Assim mesmo, ele seguiu fora da delegação “por falta de tempo” – segundo informação da assessoria de imprensa”.
Mas para visitar o CT do São Paulo em missão representando um ente privado - e que hoje, pelo desejo de sua torcida em ver a Copa longe de Curitiba só porque os jogos seriam realizados no estádio do Atlético, representa uma clara oposição ao interesse público que deveria ser defendido pela pessoa pública que é -, para isso não falta tempo. Para passar dois dias em Belém, acompanhando a estréia do seu time na Copa do Brasil, para isso também não falta tempo...
O governador Roberto Requião se omite, finge que nada vê. Para evitar dissabores pessoais com o jovem seguidor, vai esperar o próprio se afastar dentro de alguns meses para concorrer à Prefeitura de Curitiba pelo partido comunista.
Este conflito de interesses já está beirando as raias da vergonha."

Revista Capital
"O babyssauro Ricardo Gomyde é mesmo um fenômeno. Além de acumular a presidência da Paraná Esporte e a direção de Futebol do Coritiba (com os resultados visíveis), o jovem comunista também prepara sua candidatura à prefeitura de Curitiba. Pois é. A direção do PCdoB de Curitiba está convocando os 13 militantes do partido para participar, na próxima terça-feira (26), de uma reunião plenária para debater as eleições na capital paranaense. Joel Benin, vice-presidente do PCdoB, promete que, além de apontar a candidatura de Gomyde, os vermelhinhos ainda devem confirmar mais de trinta nomes para disputar vagas na Câmara de Vereadores. É mole?"
É... Às vezes é melhor a gente ficar calado do que dizer besteira...
O que é de se perguntar é se tantas viagens do sr. Gomyde por motivos particular explicam porque as contas telefônicas da Paraná Esporte são tão altas, segundo o site Gestão do Dinheiro Público. Só em dezembro foram pagos R$ 11.050,71 à Brasil Telecom (fixo e celulares) e R$ 1.454,00 à Vivo (celular). Haja roaming!
Os gastos de janeiro e fevereiro ainda não estão à disposição no site.

Sucessão na FPF: Iatauro ganha força

Quem também esteve no encontro com Ricardo Teixeira, no Rio, foi o chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro. E seu nome ganhou um baita impulso na campanha para a presidência da Federação Paranaense de Futebol, como conta a Gazeta do Povo:

Candidato do estado à FPF, Iatauro ganha simpatia da CBF

Rio – A sucessão da Federação Paranaense de Futebol foi um dos temas centrais da conversa de ontem entre o governador Roberto Requião e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Durante o encontro, Rafael Iatauro foi lançado com o apoio irrestrito do Palácio das Araucárias para assumir o comando da entidade.

Desde a queda de Onaireves Moura, em junho do ano passado, a eleição da FPF (marcada para abril) figura na pauta da candidatura de Curitiba à Copa 2014. Diante do transtorno que o embate eleitoral estaria causando, a comitiva estadual decidiu então apresentar uma saída política ao cartola que comanda o futebol brasileiro.

“Estamos falando de um órgão representativo e que fará parte da Copa. É preciso nesse sentido, em relação a quem estará dirigindo a Federação, dar toda tranqüilidade à CBF. A credibilidade se torna cada vez mais necessária. E já temos oficializado o nosso candidato, isso feito pelo próprio governador, pois é o seu secretário-chefe da Casa Civil, o Rafael Iatauro”, disse, eufórico, o presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia.

O dirigente rubro-negro, um dos integrantes do grupo presente ontem no encontro na CBF, foi bem mais direto que o vice-governador Orlando Pessuti, ainda tratando a política esportiva com discrição. “Por enquanto, o governo não tem nenhum nome. O que a gente quer é a melhor solução para, assim, dar tranqüilidade ao projeto da Copa”, esquivou-se.

Mas, completou, sem esconder a preocupação com o imbróglio. “É um assunto que o Paraná tem que resolver. Eu entendo que a eleição do novo presidente deve estar neste conjunto de pacotes do caderno de encargos. Itens que temos que cumprir para realizar o Mundial. Precisamos demonstrar condições para resolver esse impasse.”

O discurso atinge em cheio o empresário Hélio Cury, que por força judicial comanda a FPF desde novembro e já está em campanha para se eleger. Há uma semana, ele viajou ao Rio para se afinar com Ricardo Teixeira. Tirou foto ao lado do cartola, mas não parece ter conquistado pontos. Em entrevista ontem, o homem-forte do futebol brasileiro deu a entender que apóia mudanças.

“Tenho certeza absoluta de que o Paraná é grande o suficiente para resolver politicamente essa questão, com base na evolução do futebol. Tudo será resolvido, creio, internamente, sem interferências externas”, disse Teixeira. (RF)

Agora sim, temos chances!

Finalmente o governador Requião deu o ar da sua graça para oficializar a campanha estadual para que a Copa 2014 venha para Curitiba. Foi em encontro, no Rio, com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Como mostra a Gazeta do Povo desta quinta-feira:

Governo veste a camisa da Copa

Rodrigo Fernandes

Rio – Mesmo com quase um ano de atraso, o governador Roberto Requião deu, ontem, importante manifestação pública de engajamento à candidatura de Curitiba para ser uma das sedes na Copa-2014. Durante 1h30 de conversa a portas fechadas na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o chefe do Executivo paranaense tentou uma aproximação com o presidente da entidade, Ricardo Teixeira. O gesto político rendeu elogios do cartola, que em dezembro irá bater o martelo sobre as cidades escolhidas.

Ao lado do peemedebista, uma grande comitiva ajudou a reforçar o clima de boa vontade. O vice Orlando Pessuti; os deputados Nelson Justus e Alexandre Curi; os secretários Celso Caron (Turismo) e Rafael Iatauro (Casa Civil), além do presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia, formaram o estafe.

Em março do ano passado, Teixeira ignorou o Paraná durante um périplo pelo Sul e Sudeste do país. O caderno de encargos da Fifa foi então transmitido ao poder público estadual via e-mail. Já em outubro, ao contrário de outros postulantes ao evento, ninguém representou a capital na viagem para Zurique, onde a Fifa confirmou a escolha do Brasil para abrigar o Mundial.

A comitiva chegou de van pouco depois das 10 horas à Barra da Tijuca, onde fica o prédio da CBF. A reunião – com várias interrupções para fotos e imagens institucionais (o governador levou equipes de reportagem para acompanhá-lo) – terminou com Requião vestindo uma apertada camisa toda autografada da seleção brasileira.

“Chegamos à conclusão, nós e o Ricardo Teixeira, de que Curitiba tem todas as condições de abrigar a Copa. Sabemos que há locais emblemáticos, como o Rio, que já estão garantidos. Mas restariam sete vagas – e poderíamos ocupar uma delas”, destacou o governador. “E queremos jogo do Brasil. E se você me perguntar contra quem, eu digo: Argentina”, seguiu, arrancando risos dos partidários.

Segundo tal raciocínio, cariocas, paulistas, mineiros, gaúchos e brasilienses estariam garantidos no rateio. A briga final seria então com Florianópolis (SC), Rio Branco (AC), Belém (PA), Manaus (AM), Campo Grande (MT), Cuiabá (MS), Goiânia (GO), Fortaleza (CE), Maceió (AL), Natal (RN), Recife (PE) e Salvador (BA).

Requião sutilmente ainda pediu pressa nessa definição, pois “pensa seriamente na complementação dos pontos estruturais que faltam.” Indagado sobre quais seriam os aspectos pendentes, soltou: “A conclusão do estádio (Arena) talvez seja o único.” E aproveitou a deixa para falar que o município tem “uma rede hoteleira fantástica.”

Teixeira, após ouvir atenciosamente o visitante, destacou a manobra do grupo paranaense – mas não deu garantias. “O principal fator para levar uma das vagas é o que o governador acabou de fazer aqui: vontade política. Ele nos deu aqui uma demonstração tácita disso”, disse.

Foi a deixa para Requião exaltar seu vínculo com o futebol. “Sou um herdeiro necessário do Atlético. O clube foi fundado por 34 pessoas, destes, quatro, mais de 10% do total, são da minha família. Três eram Requião, parente da minha mãe, e outro era meu avô. Sou então herdeiro do futebol do Paraná. E o estado inteiro esperava por essa conversa”, falou.

Ronaldo e camisa animam reunião

Rio – A grave contusão do atacante Ronaldo também foi discutida no encontro de ontem entre a comitiva paranaense e a presidência da CBF. Em um dos poucos momentos em que a reunião foi aberta à imprensa, o governador Roberto Requião mostrou-se curioso sobre uma das teses sobre o motivo da lesão do Fenômeno.

“E essa história que ele ingeriu esteróides anabolizantes?”, perguntou o político paranaense. O jogador do Milan, quando ainda era adolescente e defendia o PSV (Holanda), teria se submetido a uma dieta à base de suplementos químicos para ganhar força e massa muscular.
“Isso é uma grande besteira. O médico que falou isso até já mandei embora”, disse rapidamente Ricardo Teixeira, referindo-se ao doutor Bernardino Santi, que fazia parte da Comissão Antidopagem da entidade. O papo foi encerrado então com um palpite arriscado do presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia. “Ele volta a jogar em nove meses”, profetizou.

Em frente às câmeras, houve ainda outro momento de descontração. O governador vestiu uma apertada camisa da seleção brasileira – presente da CBF – para atender aos fotógrafos. Não faltaram brincadeiras. “Liga para o Dunga!”, sugeriu o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva. “Tinha que servir, é do Diego”, falou Teixeira. “Parece um beque do Britânia”, fechou o vice Orlando Pessuti. (RF)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Quem se habilita?

Reportagem da gazeta do Povo deste domingo sobre a sucessão na Federação Paranaense de Futebol:
Procura-se um novo inquilino

Sandro Gabardo
A renovação da Federação Paranaense de Futebol (FPF) – e do próprio esporte no estado – vem sendo amplamente defendida por todos que têm ligação com o mundo da bola. Encontrar alguém disposto a assumir a responsabilidade é que não está sendo fácil. Para a eleição do dia 30 de abril, considerada a grande oportunidade para reformular a desgastada entidade, que ficou 22 anos nas mãos de Onaireves Moura, sobram discussões sobre o que deve ser feito, mas faltam candidatos à presidência.

Apenas o atual mandatário da FPF, Hélio Cury, levado à função pela Justiça, após a prisão de Moura no fim do ano passado, confirmou que irá concorrer. Nomes de possíveis rivais até foram levantados; todos permanecem, ainda, no campo da hipótese. As campanhas estão esquentando. Na sexta-feira, dois grupos distintos se reuniram para definir novos “associados”, estratégias de atuação e debater futuras composições das chapa.
Pouco antes disso, no início da semana, o trono da FPF já havia voltado ao centro das atenções por motivo bem mais imediato. Aristides Mossambani, um dos vices afastados com toda a diretoria de Moura, entrou com um pedido de mandado de segurança para voltar ao cargo. Recebeu resposta negativa da Justiça.
Assim, Cury garantiu que dará as cartas até abril. Só que isso, para ele, é só o começo.
“Pegar o problema que eu peguei, uma Federação em crise, amenizar os estragos e já sair não me passa pela cabeça. Quero trabalhar um projeto com mais tempo”, revelou o atual comandante do futebol paranaense. “Desde que assumi, estou em campanha. Não abro mão da candidatura”, complementou.
Essa sede pela permanência é o principal entrave para se alcançar um consenso. Evitar um bate-chapa é a esperança de figuras do esporte no estado para evitar um desgaste eleitoral e reforçar uma união ainda não vista em torno do renascimento da entidade e do fortalecimento do futebol no Paraná.
O embate nas urnas, então, surge inevitável. Além da atual administração, pelo menos outras três frentes se mobilizam para o pleito. Ex-dirigente da FPF, Almir Zanchi é um provável concorrente à vaga de presidente. Outro grupo em formação tem como principais destaques Osni Pacheco, ex-dirigente de Coritiba e Atlético, e Ricardo Gomyde, presidente da Paraná Esportes. Por fim, outra turma já une forças para chegar à disputa com o apoio de clubes e ligas, profissionais e amadores.
Entre os colaboradores dessa “associação” estão o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético Mário Celso Petraglia, o jornalista Alphonse Voigt, o advogado Domingos Moro e o ex-presidente do Londrina Peter Silva. Além dos dois últimos, as opções já estudadas para encabeçar a chapa seriam ainda o chefe da Casa Civil Rafael Iatauro – o favorito, aliás – e o diretor de esportes da prefeitura de Curitiba, Alceu Menta, o Caxias.
Todos os envolvidos têm discurso semelhante. A necessidade de renovação total da entidade; a busca de um presidente com bom relacionamento com clubes (profissionais e amadores), governos das três esferas e CBF; além de compartilharem da idéia de que o envolvimento com Moura é prejudicial, e não vantajoso, aos candidatos.
Como os objetivos dos blocos são, ao menos na teoria, iguais, é possível que eles passem por reformulações. Não estão descartadas fusões ou trocas de lado até a eleição. O esperado, porém pouco provável, consenso também não pode ser descartado.
“É possível que se chegue em um consenso por volta de 15 dias antes da votação, quando cada um souber de suas condições. Antes disso, todos têm chance de ganhar e não vão querer desistir antecipadamente”, analisou Osni Pacheco.
A renovação não é só um desejo, mas uma necessidade. “Levantar a bandeira do Moura, hoje, é negativo”, opinou Paulo César Silva, ex-dirigente da FPF ao lado de Moura e hoje observador de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no Paraná.
Há, ainda, quem tenha o “pé atrás” com relação ao fim da Era Moura. Como o advogado Domingos Moro. “A administração anterior tem força, são muitos anos. Ficam comprometimentos dos mais variados. O próprio presidente dizia que só saía quando quisesse. Certamente, ele apostava no relacionamento com o Colégio Eleitoral.”
Atualmente, o homem a ser batido no pleito da Federação é Hélio Cury. O presidente sabe que pode largar em vantagem nas urnas. “Se o trabalho for bom e tiver reconhecimento, é possível”, finalizou.


Osni, Moro, Zanchi, Iatauro ... Por ora, apenas possíveis candidatos
Dentre os possíveis candidatos já citados para a disputa por votos contra Hélio Cury, apenas um pode ser considerado consolidado. Almir Zanchi tem a intenção de se concorrer à presidência. Afirmou que sofre pressão para entrar na corrida eleitoral, que tem apoio de um grupo de comunicação e que já falou até com Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para “pedir conselhos” – e, claro, ganhar um aliado de peso. Mesmo assim, adota o estilo escorregadio. “Nesse momento, não sou candidato”.
Contra ele, pesam os sete anos ao lado de Onaireves Moura na Federação, mesmo não tendo sido ligado a nenhuma irregularidade. “Isso não quer dizer nada. Praticamente todos no futebol são ex-funcionários dele (Moura)”, defende-se.
A alegação encontra eco nas palavras de Paulo César Silva, observador de arbitragem da CBF, que tem conversado com outro grupo, o de Mário Celso Petraglia. “Foram 22 anos de Moura na FPF. Quem militou no futebol nesses anos tem de ter passado pela gestão dele”, falou.
“O Zanchi não teve qualquer comprometimento com os problemas encontrados na Federação, mas esteve muito tempo junto com o antigo presidente. A cartilha, a filosofia, é a mesma”, opinou Domingos Moro, possível candidato da ala de Petraglia. “Eu estou à disposição, se houver interesse os clubes”, falou.
Para ele, defensor de se buscar “ao máximo o consenso”, mais importante do que os nomes, são os planos para reformular a FPF.
Três outros nomes aparecem nos esboços desse grupo. Peter Silva seria um deles. O presidente do Londrina admite que vem conversando com outras personalidades da área há 90 dias e que tem “experiência e conhecimento” para os desafios na entidade. Já o chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, cuja grande vantagem é a possibilidade de aproximar o governo estadual do futebol, não foi encontrado para falar do assunto. A assessoria dele, no entanto, lembrou que, no fim do ano passado, ele já havia negado interesse no trono da FPF. Alceu Menta foi outro lembrado.
Segundo Alphonse Voigt, apresentador do programa Esporte Show, do Canal 21, o mote do grupo é apoio político ao futuro gestor. “O Hélio Cury tem méritos por se insurgir sozinho contra o Moura. Mas, nós vemos o caso como de interesse público e que exige envolvimento político para dar conta de tudo que precisa ser feito por lá”, contou.

Para encontrar um nome de consenso, eles precisam driblar problemas de afinidade clubística e partidária.
Ausente do futebol nos últimos anos – sua última aparição foi em 2004, quando ficou 30 dias na FPF –, Osni Pacheco não esconde a vontade de concorrer ao cargo. E o dirigente campeão em 1985 pelo Coritiba vem ganhando força nos bastidores. Só não assumiu a candidatura, ainda, por alegar pouco tempo livre – se divide hoje entre a Cotrans, sua empresa de aluguel de carros, e o filho Matheus, de seis anos.
A seu lado está Ricardo Gomyde, presidente da Paraná Esporte. Esbanjando confiança. “O lado em que estiver o Osni vai ganhar a eleição”, disse, tendo como motivação “refundar a Federação, para que ela ajude a desenvolver o futebol no estado”. Osni também tem um título pelo Atlético, o Paranaense de 1988. (SG)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Os três cartões de visita de Gomyde

Parece que finalmente Ricardo Teixeira marcou a bendita reunião com a comitiva paranaense, capitaneada pelo governador Requião e por Mário Celso Petraglia, para tratar da candidatrura de Curitiba a sede da Copa de 2014.
Dizem por aí que Ricardo Gomyde vai junto. Aí surge a dúvida: qual cartão de visitas o jovem comunista entregará ao presidente da CBF: o de presidente da Paraná Esporte, o de diretor dos coxas ou o de líder do PCdoB e pré-candidato à Prefeitura de Curitiba?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Comitê da Copa será criado ainda este mês

Matéria do Globoesporte.com:
Comitê organizador será criado em 15 dias

Durante a cerimônia de posse na presidência da FPF,
nesta quarta-feira, Ricardo Teixeira anunciou que o comitê organizador da Copa de 2014 será criado ainda este mês. Reeleito por unanimidade em julho do ano passado, o dirigente fica no cargo até abril de 2015 e vai concentrar as atenções para o Mundial que será realizado no país.
"Em 15 dias terei que formar o comitê organizador da Copa de 2014, procurar um local para ele trabalhar e começar a montar toda a estrutura que a Fifa exige. É preciso que o comitê comece a analisar as cidades-sedes que têm potencial para receber a Copa do Mundo já que esta decisão tem que acontecer e ser enviada para a Fifa até o fim do ano", disse Teixeira.
A responsabilidade pela organização da Copa do Mundo vai passar a ser do comitê. Ricardo Teixeira quer reunir os melhores profissionais do país, nas suas respectivas áreas, para trabalhar na promoção e organização do Mundial. Cinco cidades já foram escolhidas: Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Brasília. Outras cinco vagas estão abertas. Mas Ricardo Teixeira negocia com a Fifa para que o número de sedes aumente. "A Fifa gostaria que fossem dez cidades. Estou negociando para que sejam 12 sedes já que o Brasil é um 'continente'".
Hoje com 60 anos, Ricardo Teixeira chegou à presidência da CBF em janeiro de 1989 após derrotar na eleição a Nabi Abi Chedid, então presidente da Federação Paulista de Futebol. E já é o dirigente que mais tempo comandou o futebol brasileiro, superando João Havelange, que ficou de 1958 a 1974. No fim do mandato, ele completará 25 anos como presidente da CBF.

Justiça impede que vice de Moura assuma a FPF

Segundo a Gazeta do Povo, aliados de Onaireves Moura ainda tentam retomar o poder na Federação Paranaense de Futebol:
Juiz mantém gestão atual da entidade

Foi indeferido ontem pelo juiz Luiz Cezar Nicolau, da 9.ª Vara Cível de Curitiba, o mandado de segurança feito por Aristides Mossambani, ex-vice-presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), contestando a decisão de novembro da juíza Denise Antunes, que colocou na presidência da entidade Hélio Cury, candidato derrotado na eleição anterior pela chapa de Onaireves Moura.

A alegação do advogado Alexandre Chemim, representante de Mossambani, era de que a juíza deveria ter excluído apenas Moura do processo eleitoral, mantendo no poder um de seus vices. Isso aconteceu logo após o afastamento do ex-presidente, com Aluízio Ferreira assumindo interinamente até Cury conseguir na Justiça o direito de assumir o cargo.

Estava definido que, caso a liminar fosse concedida, Mossambani assumiria a presidência apenas para convocar novas eleições e nomear um interventor para dirigir a Federação até o pleito. Seria o ex-diretor da FPF, Paulo César Silva, tido como homem de confiança da CBF.

Porém, segundo o despacho de ontem, tal argumento acabou pesando contra: “Embora o autor se encontre, em tese, na qualidade de terceiro prejudicado com a sentença proferida na ação declaratória (...) não busca proteção mandamental para a defesa de seu direito, tanto que pretende a nomeação de um interventor para a Federação, indicando, inclusive, um nome para desempenhar essa tarefa”, explicou o juiz, acrescentando que o mandado de segurança só pode ser dado “para proteção de direito líquido e certo que for violado ou que possa vir a ser, por ato de autoridade.”

No Rio de Janeiro para um encontro com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, Hélio Cury aproveitou para cutucar o grupo de Mossambani. “Já estavam há alguns anos lá e não querem largar. Pelo desespero deles, parece que tem açúcar. Mas há um ótimo caminho para eles, que é a eleição na segunda quinzena de abril. Não vai ter nenhum golpe de estado como falaram. Vamos propor inclusive voto secreto para que os filiados tenham mais tranqüilidade”, discursou o atual presidente, rebatendo a desconfiança de que poderia tentar alguma artimanha para se manter no cargo.

Ele afirmou que foi tratar sobre três assuntos com Teixeira. “O principal, que é a candidatura do Paraná como sub-sede da Copa 2014, a situação atual da Federação e, justamente, as eleições de abril”, contou Cury, que segundo os opositores não seri
a sequer reconhecido pela CBF.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Gomyde só quer saber do Coritiba. E das eleições

Mais uma para a coleção de pérolas do nosso “secretário de estado” Ricardo Gomyde. Segundo informa a Tribuna do Paraná desta sexta-feira, o pré-candidato à Prefeitura de Curitiba continua trabalhando mais para os Coritiba Foot Ball Club do que para o governo do estado, cujo salário pelo cargo na Paraná Esporte é bancado por todos os contribuintes – mais precisamente R$ 4.790,24 mensais, relativos a um cargo tipo DAS-1, conforme publicado no site da Secretaria da Administração.
A reportagem do jornal revelou que Gomyde esteve passeando na capital paulista, fazendo “visita de cortesia” aos dirigentes do São Paulo - como diretor do Coritiba, e não como secretário. Aliás, ressalte-se, é muito interessante ver um “líder comunista” do estado estar tão interessado nas práticas mercantilistas, capitalistas e antiéticas adotadas pelo clube paulista.
Cest la vie,
estes são os nossos comunistas...

A matéria da Tribuna não conta se a visita foi realizada num dia útil – o que é muito provável, pois os diretores do clube paulista não iriam perder um feriado ou final de semana para receber o bambino Gomyde, não é mesmo? Mas talvez estas viagens servindo a interesses da iniciativa privada possam justificar os gastos gigantescos com ligações feitas pelo telefone celular da Paraná Esporte, como registra o site “Gestão do Dinheiro Público”, do governo paranaense. Somente em dezembro, uma conta da operadora Vivo em nome da Paraná Esporte chegou a R$ 1.454,00 - além de outras contas menores de celulares da autarquia estatal, que provavelmente pertemcem a assessores. Os dados de janeiro de 2008 ainda não foram publicados.

Enquanto isso, o governador Orlando Pessuti tenta, sozinho, levar o governo do estado a encampar a briga para que Curitiba seja sede da Copa de 2014 -algo que beneficiaria toda a sociedade paranaense. Porque o “homem forte” do esporte paranaense, apadrinhado do governador titular Roberto Requião, não está nem aí. Está mais preocupado, muitíssimo mais preocupado, com o seu Coritiba e com as eleições municipais. E nós, pobres idiotas, pagando o salário dele...

Cest la vie... Estes são os nossos políticos...


NOTÍCIAS RELACIONADAS:


Pessuti articula esforço pela Copa 2014

O governador em exercício Orlando Pessutti está se mexendo para trazer a Copa para Curitiba. Tratou do assunto em reuniões recentes com o prfesdidente da Federação Paranaense de Futebol, Hélio Cury, e com o diretor de Marketing do Atlético, Mauro Holzmann. Promete levar uma comitiva de peso ao Rio para falar com o presidente da CFB, Ricardo Teixeira. Veja as matérias nos sites da FPF e da Tribuna do Paraná. “É fundamental para a economia, para o futebol, para Curitiba e o Paraná, que o Mundial seja disputado aqui em nosso estado”, defende o governador.